O ex-presidente norte-americano Donald Trump declarou, em recente evento de campanha, que pretende aplicar uma tarifa de 100% a todos os semicondutores que não sejam fabricados nos Estados Unidos.
A medida mira principalmente a China, maior produtora global do setor, mas também atinge fornecedores de países como Taiwan (TSMC) e Coreia do Sul (Samsung), além de nações aliadas. Hoje, a indústria norte-americana não possui capacidade suficiente para atender à própria demanda interna.
Empresas que já operam fábricas em território norte-americano, como Intel e a própria TSMC, ficariam fora da nova alíquota. Ainda assim, montadoras de veículos, fabricantes de celulares e demais segmentos que dependem de chips podem enfrentar aumento de custos e risco de desabastecimento.
Negociações em risco
O anúncio ocorre poucas semanas depois de Washington e Pequim discutirem acordos para evitar novas escaladas tarifárias em setores estratégicos, incluindo semicondutores e energia limpa. O governo chinês já sinalizou que pode retaliar, cogitando restringir exportações de terras-raras e outros insumos essenciais, o que poderia paralisar fábricas nos Estados Unidos.
Motivações eleitorais
Especialistas interpretam a proposta como um gesto voltado ao eleitorado de Trump, conhecido pelo discurso contrário à dependência de produtos chineses. Sem investimentos substanciais em capacidade produtiva doméstica, a aplicação da tarifa tende a encarecer produtos, pressionar a inflação e causar novos entraves nas cadeias globais de suprimentos.

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Até o momento, não há cronograma oficial para a implementação da tarifa, que depende do resultado das eleições e de eventuais negociações entre Washington e Pequim.
Com informações de TudoCelular