O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (5) que o governo do Brasil tornou-se “radicalmente de esquerda” e que Washington estuda impor restrições de visto à delegação brasileira que participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, prevista para este mês em Nova York.
Trump falou sobre o tema durante entrevista na Casa Branca, ao ser questionado sobre um memorando interno do Departamento de Estado — revelado na quinta-feira (4) pela agência Associated Press — que inclui Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue entre os países sujeitos a possíveis limitações de deslocamento fora da zona da ONU.
Descontentamento e tarifas
Ao comentar a medida em análise, o presidente disse estar “descontente” com Brasília e citou tarifas de 50% sobre importações brasileiras em vigor desde 6 de agosto. Segundo ele, a decisão foi motivada, entre outros fatores, pelo processo que o Supremo Tribunal Federal (STF) conduz contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado por Trump como “caça às bruxas”.
A sobretaxa não se aplica a cerca de 700 itens, entre eles suco e polpa de laranja e aeronaves civis.
Sanções a autoridades brasileiras
As relações ficaram ainda mais tensas em julho, quando o Departamento do Tesouro impôs sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite punições a pessoas acusadas de violações de direitos humanos e corrupção. Dias antes, o Departamento de Estado havia cancelado os vistos de Moraes, de outros integrantes do tribunal e de familiares.

Imagem: FRANCIS CHUNG
Trump ressaltou que mantém “excelente relacionamento” com o povo brasileiro, mas reiterou que, na sua visão, o atual governo “prejudica muito o país” ao “avançar demasiadamente à esquerda”. Ele afirmou que a Casa Branca “avaliará” se adotará as restrições de visto durante o encontro na ONU.
Com informações de Gazeta do Povo