A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, em sessão virtual de 22 de agosto de 2025, para aceitar a denúncia contra Glaudiston da Silva Cabral. Ele é acusado de publicar vídeos nas redes sociais nos quais chamou o ministro Alexandre de Moraes de “satanista” e “sacrificador de crianças”.
O caso tramita no Inquérito 4.781, conhecido como “inquérito das fake news”. Relator do processo, Moraes votou a favor do recebimento da denúncia e afirmou que Cabral incentivou a atuação das Forças Armadas contra os Poderes constituídos e incitou a prática de golpe de Estado.
Em abril de 2024, Moraes já havia imposto medidas cautelares ao investigado, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso às redes sociais e de aproximação, em menos de 500 metros, da Praça dos Três Poderes e dos ministros do STF.
Conexão com os atos de 8 de janeiro
No voto, Moraes sustentou que as condutas atribuídas a Cabral estão conectadas às investigações sobre a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O ministro afirmou que ambos os fatos fazem parte de um “contexto criminoso” investigado pelo Supremo.
Argumentos da defesa
A Defensoria Pública da União (DPU), que representa Cabral, contesta a competência do STF para julgar o caso e aponta impedimento de Moraes, por ser parte supostamente ofendida. A defesa também diz que a denúncia não detalha quais ações concretas configurariam crime e alega ausência de vínculo entre os vídeos de Cabral e os eventos de 8 de janeiro, já que parte das publicações ocorreu após essa data.

Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom
Com a aceitação da denúncia, Cabral passa à condição de réu e o processo seguirá para a fase de instrução, quando serão colhidas provas e ouvidas testemunhas.
Com informações de Gazeta do Povo