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Sem verba federal, governo de São Paulo banca R$ 200 milhões para reassentar famílias da Favela do Moinho

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São Paulo – O governo de São Paulo precisará desembolsar cerca de R$ 200 milhões para adquirir moradias prometidas a quase 900 famílias da Favela do Moinho, no centro da capital, após atraso no repasse da Caixa Econômica Federal, responsável pela liberação dos recursos da União.

Acordo firmado em maio

Em 15 de maio, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Executivo paulista, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), acertaram que cada família receberia até R$ 250 mil — R$ 180 mil da União e R$ 70 mil do estado — além de auxílio-moradia de R$ 1.200 mensais até a mudança definitiva.

No entanto, segundo o secretário estadual de Habitação, Marcelo Branco, nenhum valor federal foi liberado até o momento. Dessa forma, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) assumiu integralmente o pagamento das unidades habitacionais e pretende cobrar o ressarcimento posteriormente.

Retirada de moradores já começou

Desde abril, o governo paulista iniciou a desocupação da comunidade, oferecendo imóveis da Cohab e financiamento de até R$ 250 mil, além de auxílio-aluguel de R$ 800. Cerca de 500 famílias já deixaram o local sem participação financeira do governo federal, informa a Secretaria de Habitação.

A Favela do Moinho, instalada há décadas em área da União localizada entre os bairros de Campos Elíseos e Barra Funda, é apontada pelas autoridades estaduais como zona de risco elevado por estar entre linhas de trem, possuir apenas uma entrada e apresentar fiação exposta. Dois incêndios de grandes proporções foram registrados ali na última década.

Terreno e tensão entre governos

O estado pretende obter a posse do terreno para construir um parque, mas a União ainda não autorizou a cessão. A administração federal condicionou a transferência a critérios mais rígidos após operações policiais na comunidade, que enfrenta influência do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Próximos passos

Nesta sexta-feira (15), a Caixa divulgou uma lista parcial com 453 famílias com cadastro aprovado para receber as novas moradias, etapa preliminar para a liberação dos recursos. Enquanto o repasse não chega, a CDHU continua arcando com os custos dos reassentamentos.

Com informações de Gazeta do Povo

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