Brasília, 24 ago. 2025 – Resolução divulgada na noite de sábado (23) pelo Partido dos Trabalhadores (PT) afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prepara uma operação para influenciar as eleições presidenciais de 2026 no Brasil e impedir a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O documento sustenta que a estratégia norte-americana envolverá “uso massivo” de redes sociais e ferramentas de inteligência artificial, configurando, segundo a sigla, uma “guerra híbrida” conduzida em parceria com políticos da direita brasileira.
Soberania sob ataque, diz o partido
Na resolução, o PT registra que a soberania nacional estaria ameaçada por medidas adotadas pelo governo dos EUA, como o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, enquadrado na Lei Magnitsky.
“O que Trump e seus aliados da direita brasileira pretendem, e não terão êxito, é derrotar, nas eleições de 2026, o projeto de desenvolvimento nacional que estamos consolidando sob a liderança do presidente Lula”, diz o texto.
Primeiro ato da nova direção
Trata-se da primeira resolução sob a presidência de Edinho Silva (PT-SP), ex-prefeito de Araraquara eleito no mês passado com apoio de Lula. O dirigente anunciou mobilizações em todo o país para 7 de Setembro, em resposta a atos convocados por apoiadores de Bolsonaro. O julgamento do ex-mandatário no Supremo Tribunal Federal está previsto para 2 a 12 de setembro.
Regulação das plataformas
O PT volta a defender a regulação das grandes empresas de tecnologia, classificadas como “instrumentos do imperialismo estadunidense”. O partido argumenta que as big techs impõem “lógicas privadas de mercado em detrimento da soberania dos países e do interesse público”.

Imagem: André Borges
Alianças e bancadas
O texto reforça a estratégia de ampliar a federação composta por PT, PCdoB e PV e buscar apoio de siglas do centrão para garantir estabilidade ao governo. O partido cita União Brasil, PP e Republicanos, que discutem candidaturas de Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (SP), como alvos de negociação.
Segundo a resolução, o enfrentamento ao “imperialismo”, à “extrema direita bolsonarista” e ao “fascismo” deve ocorrer por meio de mobilizações populares e de amplas alianças institucionais e diplomáticas. A legenda afirma que a construção dessas coalizões é prioridade para reeleger Lula, ampliar as bancadas no Congresso e manter o “desenvolvimento nacional em curso”.
Com informações de Gazeta do Povo