Brasília — O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, voltou a garantir neste sábado, 6 de setembro de 2025, que o partido não cogita lançar outro candidato que não seja Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2026. “Não temos plano B. O nosso plano é Bolsonaro candidato”, escreveu o dirigente nas redes sociais.
A declaração surge em meio às incertezas provocadas pela inelegibilidade do ex-presidente, fixada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, e às pressões de setores da direita para a construção de novas lideranças. Mesmo assim, Valdemar sustenta que a legenda permanece unida em torno de Bolsonaro e tenta conter especulações sobre uma eventual transição de comando no campo conservador.
Base mobilizada
Segundo integrantes do partido, a presença de Bolsonaro é vista como peça-chave para manter a militância mobilizada e preservar o capital eleitoral acumulado desde 2018. Nos bastidores, entretanto, o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), continua a ser citado como alternativa caso o impasse jurídico persista.
Processo no STF
Bolsonaro responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, investigados como tentativa de golpe de Estado. Uma eventual condenação pode agravar a situação do ex-presidente e colocar em xeque a estratégia do PL.
Projeto de anistia
Na última quarta-feira, 3 de setembro, Valdemar declarou que o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos episódios de 8 de janeiro deverá incluir Bolsonaro futuramente. A proposta é articulada por deputados da oposição com apoio de Tarcísio de Freitas.
De acordo com o dirigente, o texto conta com o respaldo de PL, PP, União Brasil, Republicanos e possivelmente PSD, somando, segundo ele, votos suficientes para a aprovação. A bancada pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar a matéria.

Imagem: Marcello Casal Jr.
Valdemar argumenta que os investigados “não tiveram direito de defesa” e defende que Bolsonaro deveria ser julgado em primeira instância, já que não ocupa mais cargo com foro especial. “Todo cidadão tem direito a um segundo julgamento”, afirmou, acrescentando que a anistia permitiria reavaliar eventuais condenações.
Tarcísio e 2026
O presidente do PL negou que o apoio de Tarcísio ao projeto esteja vinculado à escolha do candidato da direita para 2026. Ele reiterou que a decisão caberá a Bolsonaro. “Eu nunca vi um camarada ser tão humilhado na vida como o Bolsonaro foi”, completou.
Com a reafirmação de Valdemar, o PL mantém a aposta em seu principal líder, mesmo diante dos obstáculos jurídicos que podem impossibilitar sua candidatura.
Com informações de Gazeta do Povo