Brasília – O Partido Liberal (PL) resolveu manter o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (SP) em seus quadros e limitou a punição a uma advertência formal. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, pelo Conselho de Ética da legenda, que reviu o anúncio de expulsão feito em julho pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
O recuo ocorreu após o parlamentar, em discursos públicos, defender a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes — citando a Lei Magnitsky — e criticar tarifas impostas pelos Estados Unidos, além de comentários desfavoráveis ao ex-presidente norte-americano Donald Trump. As declarações foram consideradas incompatíveis com a linha adotada pelo PL, que tem postura crítica ao STF.
Nota de julho anunciava saída
No fim de julho, o PL divulgou nota afirmando que Antonio Carlos Rodrigues estava expulso. O texto dizia que “atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho” e defendia “diplomacia e diálogo” em vez de “populismo barato”. Parlamentares da sigla pressionaram pela saída do colega.
Com a decisão desta terça, o Conselho de Ética entendeu que a expulsão seria medida excessiva e optou por advertir o deputado, que permanece filiado.
Conflitos internos
Rodrigues tem histórico de atritos com a direção do PL. Em abril de 2025, quando o partido reuniu 262 assinaturas para protocolar regime de urgência ao projeto que concede anistia aos acusados dos atos de 8 de janeiro de 2023, ele foi o único integrante da bancada a não assinar o pedido. O deputado Robinson Faria (PL-RN) também havia resistido, mas acabou cedendo após pressão.

Imagem: Agência Brasil
Na ocasião, Rodrigues subiu à tribuna da Câmara e afirmou que os recém-chegados ao partido “não ditariam regras”, lembrando ter participado da fundação da legenda e citado que o ex-vice-presidente José Alencar integrou o PL. Em resposta, o deputado Eduardo Bolsonaro criticou o colega nas redes sociais, dizendo que, sem os novos filiados, ele não teria sido eleito, e cobrou apoio ao projeto de anistia.
Com a advertência oficializada, Antonio Carlos Rodrigues segue no PL, porém sob monitoramento da cúpula partidária quanto a futuras manifestações públicas.
Com informações de Gazeta do Povo