O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o cancelamento dos vistos de sua esposa e de sua filha de 10 anos pelo governo dos Estados Unidos é um ato “covarde”. A declaração foi dada nesta sexta-feira (15), durante entrevista ao programa GloboNews Mais.
A revogação dos vistos foi anunciada no mesmo dia pela administração do presidente Donald Trump. O próprio Padilha não foi afetado porque seu visto venceu em 2024.
Críticas à medida norte-americana
Segundo o ministro, a iniciativa faz parte de uma retaliação ao Programa Mais Médicos, criado por ele em 2013. “Minha filha nem sequer havia nascido quando começamos o programa”, disse. Padilha ressaltou que 95% dos profissionais atualmente vinculados ao Mais Médicos são brasileiros.
O ministro negou que a sanção esteja relacionada à antiga participação de médicos cubanos. Ele argumentou que os EUA não punem países que continuam a contratar profissionais de Cuba, citando a Itália como exemplo — país que, segundo ele, mantém cerca de cem médicos cubanos em uma região.
Contexto das sanções
Na quarta-feira (13), a embaixada dos EUA no Brasil já havia classificado o Mais Médicos como um “golpe diplomático” e prometido novas restrições. Na ocasião, foram divulgados os nomes de outros dois brasileiros com vistos revogados: Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral para a COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Imagem: Valter Campanato
A decisão faz parte da retomada da política norte-americana de restrição de vistos relacionada a Cuba, conduzida pelo secretário de Estado Marco Rubio.
Padilha disse que continuará defendendo o programa e que aguardará detalhes oficiais das autoridades norte-americanas sobre a situação dos familiares.
Com informações de Gazeta do Povo