A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu, nesta semana, uma nova investigação sobre fraudes no sistema previdenciário, estimadas em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025. Partidos de oposição afirmam que a apuração não compromete outras agendas, como a anistia aos presos de 8 de janeiro e o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou que o “foco na anistia permanece”, mas que a CPMI servirá para exigir apuração rigorosa, punição dos responsáveis e ressarcimento a aposentados e pensionistas. Segundo ele, as investigações podem reforçar o discurso de responsabilidade fiscal da oposição.
Para o deputado Fábio Costa (PP-AL), as irregularidades no INSS exigem “resposta imediata” do Congresso. Ele assegurou que os demais temas defendidos pela oposição “seguirão no radar” durante os trabalhos da comissão.
Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) alertou para a possibilidade de o governo utilizar a CPMI como “cortina de fumaça” a fim de reduzir a pressão sobre a anistia e o impeachment. “O risco não é a CPMI esvaziar o debate, mas a oposição perder a narrativa e não transformar esse desgaste em combustível político para responsabilizar o governo”, afirmou.
Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado Capitão Alden (PL-BA) disse que o grupo está preparado para evitar manobras que tentem desviar o foco dos temas considerados prioritários. “O governo tentará criar distrações, mas estamos preparados para manter a pressão e não recuar”, declarou.

Imagem: Zeca Ribeiro
A CPMI foi criada para investigar denúncias de fraudes que teriam prejudicado beneficiários do INSS, gerando prejuízo bilionário aos cofres públicos e aos segurados. Os parlamentares ainda discutem o cronograma de oitivas e a lista de convocados.
Com informações de Gazeta do Povo