Brasília – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), afirmou nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, que é contrário ao projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A posição diverge da orientação do próprio Republicanos, que declarou apoio ao texto.
Em entrevista à GloboNews, o ministro declarou que “defende a responsabilização dos culpados” e disse acreditar que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguirá “construir convergências” em torno de pautas consideradas de interesse nacional.
A adesão do Republicanos à proposta de anistia foi mencionada nesta semana pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou já ter votos suficientes da oposição para levar o projeto adiante. Segundo ele, além do PL, a iniciativa conta com apoio de legendas como União Brasil e PP, e há expectativa de que o PSD também se some ao grupo.
Escolha pessoal de Lula para a Esplanada
Costa Filho foi indicado em 2023 para o Ministério de Portos e Aeroportos por escolha pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio ao esforço do Palácio do Planalto para montar uma coalizão de frente ampla. Na mesma ocasião, André Fufuca (PP-MA) assumiu o Ministério do Esporte. Mais recentemente, o Republicanos formou federação partidária com o União Brasil e decidiu orientar seus ministros a deixarem o governo, mas Costa Filho permaneceu no cargo.
Avaliação sobre 2026 e críticas à oposição
O ministro afirmou que seu alinhamento à esquerda e o apoio a Lula sempre foram conhecidos dentro do partido. “Não tenha dúvida de que estarei ao lado do presidente Lula (…) porque entendo que, neste momento, é a melhor opção para o povo brasileiro”, declarou, antecipando apoio à tentativa de reeleição do petista em 2026.
Questionado sobre a possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), disputar o Planalto, Costa Filho respondeu que o correligionário “ainda tem muito a fazer pelo estado”. Oficialmente, Tarcísio diz que buscará a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, mas seu nome é cotado como possível herdeiro político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a corrida presidencial do próximo ano.

Imagem: Vinícius Loures
Costa Filho também criticou setores que, segundo ele, “torcem” contra o governo federal. Para o ministro, há grupos que apostam na insegurança econômica e trabalham para impedir a aprovação da correção da tabela do Imposto de Renda, que beneficiaria cerca de 10 milhões de contribuintes que ganham até R$ 5 mil.
Enquanto isso, parlamentares da oposição pressionam Hugo Motta a colocar a anistia em votação antes do término do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. A Primeira Turma da Corte deve concluir a apreciação do caso até sexta-feira, 12 de setembro.
Com informações de Gazeta do Povo