Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira, 29 de agosto de 2025, a criação de um conselho destinado a discutir e formular diretrizes para a exploração de minerais críticos, especialmente as chamadas terras raras.
De acordo com o chefe do Executivo, o novo órgão ficará vinculado diretamente à Presidência da República. “Ninguém vai colocar o dedo nos nossos minerais críticos de terras raras porque são nossos e nós vamos tomar conta disso”, declarou Lula durante evento no Palácio do Planalto.
O presidente adiantou que, na próxima semana, haverá uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e integrantes do atual Conselho de Política Mineral para tratar dos detalhes da nova instância.
Investimento interno ou venda ao exterior
Lula afirmou que empresas interessadas nas reservas brasileiras terão duas opções: comprar os insumos diretamente do país ou investir em unidades de produção em território nacional. Segundo ele, os minerais estratégicos são fundamentais para setores de alta tecnologia, como fabricação de chips e transição energética. “Quem quiser, venha comprar da gente ou venha produzir aqui”, reforçou.
Contexto geopolítico
A discussão sobre terras raras ganhou força após os Estados Unidos firmarem acordos de cooperação nesse campo com Ucrânia e Indonésia. Embora China e Brasil possuam algumas das maiores reservas mundiais, observadores destacam que o Brasil ainda enfrenta dificuldades para processar e refinar esses minerais internamente, atuando principalmente como exportador de matéria-prima.

Imagem: criada usando Dall-E
O interesse norte-americano nos depósitos brasileiros foi manifestado por representantes da embaixada dos EUA em Brasília, entre eles o encarregado de negócios Gabriel Escobar. Especialistas apontam que ampliar a capacidade de beneficiamento no país seria decisivo para agregar valor e reduzir a dependência de nações industrializadas.
Até o momento, o governo não informou a data de instalação do novo conselho, nem detalhou sua composição ou competência regulatória.
Com informações de Gazeta do Povo