O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) declarou nesta terça-feira (26) que vê o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como “um defensor da democracia brasileira”. A afirmação contrasta com a postura adotada pelo petista em 2017, quando, ainda senador, se opôs de forma contundente à nomeação de Moraes para a Corte.
Naquela época, durante a sabatina no Senado, Farias afirmou que a escolha de Moraes pelo então presidente Michel Temer (MDB-SP) era “um escárnio” e tinha o objetivo de atrapalhar a Operação Lava Jato. O parlamentar questionou a imparcialidade do indicado, lembrando sua passagem pelo Ministério da Justiça, e reclamou da ausência de compromisso em se declarar suspeito em casos que envolvessem investigações contra aliados do governo Temer.
Passados quase dez anos, Lindbergh atribuiu sua antiga posição ao contexto político do período pós-impeachment de Dilma Rousseff e ao clima de forte polarização em torno das indicações ao STF. Agora, o deputado alega que o ministro se mostrou fundamental na proteção das instituições, citando a condução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o processo eleitoral, a prevenção de tentativas de golpe e o avanço de investigações sobre grupos acusados de planejar ataques a autoridades.
Alexandre de Moraes ingressou no STF em 2017, ocupando a cadeira deixada por Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. Na sabatina, prometeu agir com independência e ressaltou que a revisão dos processos da Lava Jato ficaria a cargo de outro ministro. Na ocasião, também se comprometeu a avaliar impedimentos ou suspeições sempre que houvesse possível conflito de interesses.
Imagem: Bruno Spada
Hoje líder do PT na Câmara, Lindbergh disse considerar que a atuação de Moraes tem sido “irrepreensível” na defesa do Estado de Direito. “Se tornou um herói da democracia”, resumiu o deputado, ao justificar a mudança de discurso.
Com informações de Gazeta do Povo
