A Justiça da Itália decidiu manter a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) em prisão cautelar e rejeitou o pedido de conversão para prisão domiciliar. A medida foi confirmada em decisão do Tribunal de Apelações de Roma, divulgada nesta terça-feira (19 de agosto de 2025) pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Zambelli está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, desde o fim de julho, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhada à Interpol. Segundo a AGU, o tribunal italiano considerou válidos os documentos apresentados pelo governo brasileiro e reconheceu a legalidade da prisão com finalidade de extradição.
Argumentos da defesa rejeitados
Os advogados de Zambelli alegaram três pontos principais para solicitar a prisão domiciliar: condições médicas que dificultariam a permanência no presídio, ausência de mandado internacional de detenção e inexistência de pedido formal de extradição. A corte, no entanto, acatou a posição da AGU e avaliou que os argumentos são infundados.
Um dos focos da defesa foi contestar a validade da Difusão Vermelha da Interpol. Para os advogados, o alerta não equivaleria a mandado internacional de prisão. O Tribunal de Apelações considerou, porém, que a Difusão Vermelha atende aos tratados vigentes — incluindo o acordo de extradição Brasil-Itália — e que a ação da polícia italiana foi legítima.
Perícia médica e nova audiência
A questão de saúde da parlamentar permanece em análise. Por essa razão, a Justiça italiana determinou a realização de perícia médica oficial. O laudo deve ser apresentado em nova audiência marcada para 27 de agosto, quando o tribunal voltará a avaliar a possibilidade de prisão domiciliar.

Imagem: Billy Boss
Durante a sessão que confirmou a detenção, Zambelli passou mal, chegou a ser encaminhada a um hospital e posteriormente retornou ao presídio. A defesa afirma que a deputada enfrenta “diversos problemas de saúde, agravados pelo encarceramento”, segundo o advogado Fábio Pagnozzi.
Condenação no Brasil
O STF condenou Carla Zambelli a dez anos de reclusão por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Após a sentença, ela deixou o Brasil e foi localizada em Roma, onde acabou presa por cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.
Com informações de Gazeta do Povo