A Justiça da Itália decidiu nesta quarta-feira (27.ago.2025) adiar o julgamento do pedido de soltura apresentado pela defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Detida em Roma desde o fim de julho, a parlamentar continuará presa enquanto aguarda a nova audiência, prevista para ocorrer ainda nesta semana.
Os advogados de Zambelli pedem que ela responda em liberdade ao processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. Eles alegam que a deputada não apresenta risco de fuga e necessita de cuidados médicos específicos. “Estamos muito otimistas, já que ela não representa nenhum risco de fuga, além de toda a parte médica”, afirmou o advogado Fabio Pagnozzi ao portal G1.
Condenação no Brasil
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli a dez anos de prisão por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em maio, a deputada deixou o Brasil, passou pelos Estados Unidos e se estabeleceu na Itália, onde foi localizada pelas autoridades e presa com base em alerta vermelho da Interpol.
Sessões anteriores
Esta é a segunda audiência em duas semanas. A primeira, realizada no início de agosto, foi suspensa após a parlamentar relatar mal-estar. Laudo médico solicitado pela juíza responsável concluiu que Zambelli pode permanecer detida, embora apresente quadro de depressão.
Estratégia da defesa
A equipe jurídica argumenta que o Brasil não formalizou pedido de prisão preventiva e apresentou recurso para libertação imediata. Zambelli, que possui cidadania italiana, diz ser inocente, denuncia perseguição política e quer ser julgada pela corte italiana.

Imagem: Billy Boss
A Corte Suprema da Itália reconhece que o alerta vermelho da Interpol equivale a ordem de prisão internacional. O Tratado de Extradição Brasil-Itália, em seu artigo 13.2, também atribui ao alerta a mesma validade de medidas cautelares judiciais.
Com informações de Gazeta do Povo