Brasília – O Ministério das Relações Exteriores afirmou na noite desta quinta-feira (11) que “ameaças não intimidarão nossa democracia”, em resposta a declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Pela rede social X, o chanceler dos Estados Unidos prometeu “uma resposta adequada” à condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais cedo, a Primeira Turma do STF formou maioria de 4 votos a 1 para considerar Bolsonaro culpado por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. A pena fixada foi de 27 anos e 3 meses de prisão, além de multa. O voto decisivo coube à ministra Cármen Lúcia, que acompanhou o parecer da Procuradoria-Geral da República. O ministro Luiz Fux foi o único a votar pela absolvição.
Em sua mensagem, Rubio classificou o julgamento como “caça às bruxas” e disse que Washington adotará medidas contra o que considera perseguição política. O Itamaraty respondeu que o Poder Judiciário brasileiro atuou “com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988” e garantiu amplo direito de defesa aos réus.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se manifestou. Ao ser questionado por jornalistas, afirmou ter ficado “surpreso” com a sentença e comparou o caso ao processo que enfrenta em seu país. “Ele foi um bom presidente. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo”, declarou.
As tensões entre os dois governos já vinham se acirrando. Em julho, Washington impôs sanções a ministros do STF com base na Lei Magnitsky e elevou tarifas sobre produtos brasileiros, aumentando a pressão diplomática e econômica.

Imagem: AAR SCHWARTZ
O julgamento de Bolsonaro encerrou-se com a determinação de que o ex-presidente e os demais condenados permaneçam inelegíveis durante todo o período da pena, mais oito anos adicionais.
Com informações de Gazeta do Povo