Brasília — O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou neste domingo, 7 de setembro de 2025, que não há “ditadura da toga” no país e rejeitou a ideia de que integrantes da Corte atuem como “tiranos”. A declaração foi publicada nas redes sociais em resposta às críticas feitas mais cedo pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Durante ato na avenida Paulista em defesa da anistia a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, Tarcísio disse que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”. O discurso ocorreu diante de manifestantes que empunhavam faixas e cartazes contra o magistrado do STF.
Sem citar o governador paulista, Gilmar Mendes rebateu que “o que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo”. Segundo ele, o Supremo tem cumprido a função de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando garantias fundamentais.
O ministro acrescentou que, no Dia da Independência, é “oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento”. Ele mencionou episódios recentes para ilustrar “perigos do autoritarismo”, citando mortes na pandemia, vacinas “deliberadamente negligenciadas por autoridades”, ameaças ao sistema eleitoral, acampamentos em frente a quartéis pedindo intervenção militar e “tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público”, além de planos para assassinar autoridades da República.

Imagem: Victor Pite
Tarcísio de Freitas não respondeu às declarações do decano até a publicação desta reportagem.
Com informações de Gazeta do Povo