O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 10 de setembro de 2025, que o escândalo do mensalão representou “uma forma de golpe gradual”. A declaração foi feita durante a leitura de seu voto na sexta sessão do julgamento do chamado núcleo 1 da suposta tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a aliados.
No plenário, Fux recordou que, na Ação Penal 470, a Procuradoria-Geral da República (PGR) descreveu o pagamento de propina a parlamentares como estratégia para “desequilibrar a disputa eleitoral” e “desestimular o surgimento de opositores”. Para o ministro, a compra de apoio político por um governo eleito fragiliza a oposição e pode ser comparada a um golpe de Estado.
Voto diverge do relator
Fux se posicionou pela anulação do processo contra Bolsonaro e demais réus, contrariando o relator Alexandre de Moraes, que na véspera havia votado pela condenação. O ministro Flávio Dino acompanhou Moraes.
A PGR acusa o grupo central investigado de incitar a população à abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de praticar dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Para Fux, porém, é preciso demonstrar “vínculo individualizado” entre cada acusado e os crimes imputados.
Imagem: Rosinei Coutinho
O julgamento foi retomado na terça-feira, 9 de setembro, e prosseguiu na tarde desta quarta com a apresentação do voto de Fux. Ainda não há data para a conclusão da análise.
Com informações de Gazeta do Povo
