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Ex-assessor de Moraes diz temer ser assassinado e guarda provas de supostas irregularidades no TSE

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O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, declarou nesta terça-feira (19), em entrevista ao programa Café com a Gazeta, no YouTube da Gazeta do Povo, que acredita correr risco de morte em razão das denúncias que vem apresentando contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF.

“Estou fora do país, mas isso não significa que estou seguro. Posso ser perseguido, assassinado”, afirmou.

Provas preservadas

Tagliaferro disse manter sob sua guarda conversas e relatórios que, segundo ele, demonstram irregularidades no TSE. De acordo com o ex-assessor, a orientação interna era apagar mensagens de WhatsApp, mas ele decidiu salvá-las ao perceber “algo contra meus princípios e contra a lei”.

Monitoramento de críticos

As revelações fazem parte da série de reportagens batizada de “Vaza Toga”, que aponta a existência de um grupo no WhatsApp onde juízes auxiliares e servidores — entre eles o próprio Tagliaferro — monitoravam conservadores e críticos do governo. A partir desse grupo, eram produzidas certidões “positivas” ou “negativas” sobre os alvos, usadas em decisões de Moraes. “Mesmo quando a certidão era negativa, as pessoas continuavam presas”, relatou.

Ele comparou o ambiente no tribunal a “um filme de terror” e negou ter manipulado documentos, apesar de, segundo ele, ter recebido sugestão do então juiz auxiliar Airton Vieira para usar “criatividade”. Tagliaferro afirma guardar relatórios que contêm apenas títulos, links e datas das publicações analisadas.

Intenção eleitoral

O ex-assessor disse ainda ter ouvido da chefe de gabinete de Moraes que o ministro pretende deixar o STF para concorrer à Presidência da República em 2030. “Alguém pode dizer que ele não ganharia, mas não sabemos quais mecanismos serão usados”, comentou.

CPI da Vaza Toga

As denúncias repercutem no Congresso. O senador Esperidião Amin (PP-SC) protocolou, na semana passada, pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Vaza Toga. O colegiado deve apurar:

  • compartilhamento de recursos humanos entre STF e TSE;
  • troca de informações fora das hipóteses legais;
  • ordens supostamente ilegais expedidas a servidores;
  • produção de relatórios administrativos sobre pessoas determinadas;
  • envio de dados a órgãos investigativos sem respaldo legal;
  • atuação administrativa além dos limites previstos em lei.

Paralelamente, continuam tramitando decisões judiciais que afetam Tagliaferro, como o bloqueio de suas contas bancárias e a negativa de acesso integral ao processo no STF.

Não há previsão de quando a CPI será instalada.

Com informações de Gazeta do Povo

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