O Departamento de Estado dos Estados Unidos deve divulgar nesta terça-feira, 12 de agosto de 2025, seu relatório anual sobre direitos humanos, com críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostos abusos contra apoiadores da direita no Brasil.
A informação foi publicada pelo jornal The Washington Post nesta segunda-feira (11), com base em documentos preliminares obtidos pela reportagem. De acordo com o veículo, o relatório acusará o governo brasileiro de restringir de forma desproporcional a liberdade de expressão de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, atribuindo a Moraes a responsabilidade por decisões que teriam atingido opositores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Suspensão de perfis e sanções
O documento menciona que o magistrado determinou a suspensão de mais de 100 contas na rede social X (antigo Twitter), afetando comunicadores e integrantes da direita brasileira. Atualmente, Moraes é alvo de sanções previstas na Lei Magnitsky, que o governo norte-americano aplica a indivíduos acusados de violar direitos humanos. Outros sete ministros do STF também tiveram seus vistos para os EUA suspensos.
Segundo o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o ministro teria praticado “abuso grave de direitos humanos”, incluindo detenções arbitrárias, negação de garantias de julgamento justo e violações à liberdade de expressão. Moraes, conforme a matéria, tem ignorado publicamente as sanções e segue atuando normalmente no STF.
Críticas a outros países
Além do Brasil, o relatório deve trazer observações negativas sobre a África do Sul. O texto faz referência à expropriação de terras de fazendeiros brancos africâneres, a outros abusos contra minorias raciais e à insatisfação de Washington com o apoio de Pretória a ações contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

Imagem: Andre Borges via gazetadopovo.com.br
O relatório, tradicionalmente divulgado pelo governo norte-americano, avalia a situação dos direitos humanos em diversas nações e costuma influenciar sanções, políticas externas e decisões diplomáticas dos Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo