Brasília — O ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) protocolou notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta segunda-feira (8.set.2025), solicitando a abertura de investigação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O pedido, assinado pelo advogado Leandro Rosa, foi apresentado após depoimento do ex-assessor de Moraes Eduardo Tagliaferro à Comissão de Segurança Pública do Senado. Tagliaferro afirmou que o ministro teria manipulado documentos que serviram de base para uma operação da Polícia Federal, deflagrada em 2022, contra empresários associados à direita.
Acusações e pedidos de diligência
Na representação, Dallagnol sustenta que os relatos podem configurar crimes de responsabilidade e abuso funcional, incluindo falsidade ideológica, fraude processual e suposta alteração de peças processuais.
O ex-parlamentar pediu à PGR que:
- preserve evidências digitais relacionadas aos fatos;
- solicite cópias integrais dos autos e expedientes no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
- encaminhe à Polícia Federal requisição de relatórios e comunicações sobre a operação de 2022;
- colha depoimentos de Tagliaferro, do juiz instrutor Airton Vieira, de servidores citados pelo ex-assessor e de integrantes do gabinete de Moraes.
Segundo Dallagnol, “o que está em jogo é grave” e, caso confirmadas, as denúncias revelariam que o ministro “ultrapassou todos os limites do cargo, da Constituição e das leis para perseguir adversários políticos”.

Imagem: André Rodrigues
Posicionamento do ministro
Em nota, o gabinete de Alexandre de Moraes rejeitou todas as acusações. A mensagem afirma que os atos questionados seguiram “forma oficial, regular e devidamente documentada” e que não há fundamento para a investigação pretendida. O texto destaca ainda que as requisições e determinações encaminhadas a órgãos como o TSE obedeceram às normas regimentais.
Das apurações abertas após a operação de 2022, a maior parte foi arquivada; duas ainda permanecem em andamento.
Com informações de Gazeta do Povo