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Barroso descarta perseguição política e vê julgamento de Bolsonaro como “divisor de águas”

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou na noite de quinta-feira (11) que o julgamento do núcleo principal da suposta trama golpista representou “um divisor de águas” na história do país. A declaração ocorreu ao encerrar a sessão da Primeira Turma, já na madrugada de sexta-feira (12/09/2025), com um breve pronunciamento.

Pouco antes, o colegiado condenara, por maioria, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus, aplicando penas que variam de 2 anos em regime aberto a 27 anos de prisão. Barroso elogiou o relator, ministro Alexandre de Moraes, pelo “trabalho hercúleo” ao longo dos anos de preparação do caso.

“Virar a página”

No discurso, Barroso disse acreditar que “incompreensões de hoje se transformarão em reconhecimento no futuro” e defendeu que o país precisa “virar a página” para reconstruir relações e buscar uma agenda comum, sem intolerância, extremismo ou incivilidade.

Respeito a voto divergente

Em referência ao ministro Luiz Fux, único a votar pela absolvição de Bolsonaro, o presidente do STF manifestou respeito às posições contrárias. Segundo ele, só “desconhecimento profundo dos fatos ou motivação descolada da realidade” poderia enxergar perseguição política no julgamento.

Barroso ressaltou que pensamento único existe apenas em ditaduras e que, na democracia, o compromisso com as regras, as instituições e o respeito aos resultados eleitorais deve preceder quaisquer ideologias.

Missão histórica

Ao avaliar o resultado, o magistrado afirmou que “ninguém sai feliz”, mas que o STF cumpriu a missão de julgar autoridades civis e militares pela tentativa de golpe de Estado, baseada em evidências disponíveis a todos. “Acredito que estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional”, declarou.

Ele ainda fez elogios ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelo trabalho “meticuloso e criterioso” na condução da ação penal, e ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, pela organização do julgamento.

Com isso, a sessão foi encerrada sem novos encaminhamentos, marcando a conclusão do processo na Primeira Turma.

Com informações de Gazeta do Povo

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