Brasília, 06 set. 2025 – Sob o lema “Reaja, Brasil”, oposicionistas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) organizam manifestações em dezenas de cidades neste domingo, 7 de Setembro. As principais bandeiras são a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apontado pelos organizadores por “ruptura democrática e abuso de poder”.
Cenário político
Os protestos ocorrem enquanto Bolsonaro é julgado pela Primeira Turma do STF, após ter sido acusado de articular um plano golpista em 2022. O momento ainda é marcado por denúncias levadas ao Senado pelo ex-assessor Eduardo Tagliaferro contra Moraes, pelos trabalhos da CPMI do INSS sobre fraudes bilionárias e pela tentativa da oposição de acelerar no Congresso a pauta da anistia.
Presenças confirmadas
Na Avenida Paulista, em São Paulo, são esperados a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em Belo Horizonte, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) participará da mobilização na Praça da Liberdade.
Em Brasília, o ato será no estacionamento da Funarte, atrás da Torre de TV, por orientação da Polícia Militar. Devem comparecer a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o senador Izalci Lucas (PL-DF), a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e o ex-desembargador Sebastião Coelho (Novo-DF).
Convocações nas redes
O pastor Silas Malafaia lidera a mobilização virtual e classifica o ato como defesa da liberdade e contra “perseguição política” relacionada ao julgamento de Bolsonaro. Flávio Bolsonaro divulgou vídeo chamando a manifestação de “grito de liberdade”. Já Sebastião Coelho criticou a proposta de “anistia light” articulada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que aliviaria penas de envolvidos em 8 de janeiro, mas excluiria Bolsonaro e líderes dos protestos.
O vice-líder da oposição, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), destacou que o 7 de Setembro é “oportunidade para mostrar repúdio a perseguições”. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que a mobilização mantém “chama da indignação” acesa contra o que chama de arbítrio.
Análise de especialistas
Para o cientista político Alexandre Bandeira, o impacto dos atos é incerto depois de protestos anteriores com menor adesão, mas o julgamento de Bolsonaro pode levar mais pessoas às ruas. Ele avalia que manifestações pacíficas e numerosas podem pressionar o STF e estimular o Congresso a votar a anistia.

Imagem: Joéds Alves
O advogado André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão, vê o 7 de Setembro como termômetro para o avanço do tema no Legislativo, embora não acredite em influência direta sobre o julgamento de Bolsonaro.
Locais e horários
Manifestações estão confirmadas em capitais, cidades do interior e no exterior. Abaixo, alguns dos atos divulgados:
- Distrito Federal – Brasília: Estacionamento da Funarte, 9h;
- São Paulo – Capital: Av. Paulista x Rua Peixoto Gomide, 15h; Praça da Sé, concentração às 7h; Praça da República, 9h;
- Rio de Janeiro – Capital: Praia de Copacabana (Posto 4/5), 10h;
- Belo Horizonte (MG): Praça da Liberdade, 10h;
- Recife (PE): Av. Boa Viagem, 14h;
- Porto Alegre (RS): Parcão (Av. Goethe), 14h;
- Fortaleza (CE): Praça Portugal, 16h;
- Curitiba (PR): Praça Nossa Senhora de Salete, 14h;
- Goiânia (GO): Praça do Sol, 9h;
- Exterior: Nova York (Times Square, 14h), Orlando (Estátua do Ronaldinho Gaúcho, 16h), Washington DC (em frente à Casa Branca, 16h), entre outros.
Também há atos em cidades de todos os estados, como Manaus, Salvador, Natal, Florianópolis, Campo Grande e Palmas, além de municípios de médio e pequeno porte. Organizações locais divulgam horários de concentração que variam entre 7h e 16h.
Os organizadores reiteram que as manifestações serão pacíficas e voltadas a “liberdade, anistia e respeito à Constituição”.
Com informações de Gazeta do Povo