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Venice Immersive 2025 reúne 69 experiências XR de 27 países em ilha de Veneza

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O Venice Immersive 2025, seção de realidade estendida (XR) da 82ª edição do Festival de Cinema de Veneza, abre as portas em 31 de agosto e ocupa novamente o Lazzaretto Vecchio, antigo posto de quarentena a três minutos de vaporetto do Lido. Em sua nona edição, o evento exibe 69 obras de 27 países e mantém-se como o único programa competitivo dedicado a XR em um festival internacional de primeira linha.

Paridade com o cinema tradicional

Desde a criação da mostra imersiva, em 2017, os curadores Liz Rosenthal e Michel Reilhac defendem tratamento igual ao dado aos longas-metragens. Três prêmios Leão são concedidos a produções XR — Grand Prize, Special Jury Prize e Achievement Prize — anunciados na mesma cerimônia, com tapete vermelho e cobertura de imprensa idêntica à das demais categorias.

Para competir, os projetos devem, em regra, ter estreia mundial. Neste ano, 30 trabalhos disputam os troféus, variando de experiências individuais em headset a performances mistas com vários participantes.

Definição flexível de imersão

Rosenthal e Reilhac revisitam anualmente o conceito de “imersivo”. Além de obras em realidade virtual, realidade mista ou híbrida, a programação inclui propostas que utilizam celulares, projeções ou outras interfaces digitais.

Destaques da competição

Entre os selecionados estão:

  • Face Jumping, do estúdio Tender Claws, que emprega rastreamento ocular no Meta Quest Pro para trocar perspectivas com figuras fantasmagóricas.
  • Black Cats & Chequered Flags, experiência de pit stop em realidade mista que recria a carreira do bicampeão de Fórmula 1 Alberto Ascari.
  • Blur, peça teatral que mistura atuação ao vivo e VR para explorar a fronteira entre vida e morte.
  • Creation of the Worlds, viagem por mais de 60 pinturas de M. K. Čiurlionis transformadas em mundos habitáveis.
  • Mulan 2125, releitura futurista da lenda chinesa em um planeta contaminado por substância alienígena.
  • The Clouds Are Two Thousand Meters Up, adaptação do romance de Wu Ming-yi que conduz o público apenas com movimentos de cabeça e deslocamento físico.
  • The Great Orator, narrativa de mundo aberto orientada por inteligência artificial sobre uma pregadora cuja identidade se confunde com a de seus seguidores.
  • Asteroid, curta 180° dirigido por Doug Liman; após a sessão, a história continua por telefonema de personagem controlado por IA.
  • 8PM and the Cat, meditação generativa sobre luto criada a partir de imagens e monólogos em tempo real.
  • A Long Goodbye, que convida o público a reconstruir memórias de uma pianista com demência.
  • Mirage, alegoria sobre depressão que combina VR, rastreamento de mãos e colete tátil.
  • The Exploding Girl VR, retrato poético de raiva recorrente em um mundo à beira do colapso.
  • Sense of Nowhere, jornada inspirada em taoísmo, budismo e psicologia junguiana.

Seções paralelas

O segmento Best of Experiences apresenta, entre outros, Ancestors, performance de 70 minutos da Smartphone Orchestra em que o público descobre laços familiares fictícios via aplicativo; Ghost Town, aventura VR cinematográfica em um povoado abandonado; e Wall Town Wonders, que transforma paredes domésticas em cenário de cidade construída em realidade mista.

Já o Best of Worlds oferece visitas guiadas a ambientes elaborados no VRChat, de paisagens oníricas a complexos centros sociais.

Ilha como ponto de encontro

A travessia de barco até o Lazzaretto Vecchio favorece a integração entre artistas, indústria e imprensa, que compartilham o jardim da ilha em sessões de perguntas, painéis e pitches de mercado. Em 2025, o mercado reúne 14 projetos em busca de financiamento e 10 iniciativas do Biennale College Immersive.

Para reforçar a cultura de exibição, as sessões exigem reserva antecipada e contam com monitores treinados, simulando o ritual do cinema tradicional.

XR paralelo, não substituto

Reilhac destaca que a realidade estendida não pretende substituir o cinema, mas coexistir com linguagem própria. Rosenthal observa tendência crescente de narrativas cinematográficas dentro das produções imersivas, graças ao domínio técnico alcançado pelos criadores.

Com prêmios oficiais, curadoria ampla e ambiente propício à troca de ideias, o Venice Immersive consolida-se como vitrine fundamental para o estado da arte em XR e laboratório vivo do que a narrativa imersiva pode se tornar.

Com informações de Forbes

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