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Nova resistência chinesa ao chip H20 impulsiona rivais locais e volta a preocupar a Nvidia

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São Paulo, 24 set. (Infomoney) – A Nvidia tornou-se alvo de novas barreiras no mercado chinês de semicondutores, depois que órgãos de Pequim recomendaram a empresas locais que evitem o chip H20, versão adaptada pela companhia para atender às exigências dos Estados Unidos.

A orientação, revelada pelo site The Information na sexta-feira (22), levou a fabricante norte-americana a pedir que fornecedores suspendessem a produção relacionada ao H20. O movimento mexeu com as bolsas: até a tarde desta segunda-feira (24), no horário de Brasília, as ações da Cambricon Technologies subiam quase 50% e as da Hygon Information Technology avançavam cerca de 40% em Xangai. Os papéis da Nvidia negociados em Nova York registravam ganho modesto, próximo de 3%.

Atualização do DeepSeek anima investidores

O rali em Xangai foi reforçado por uma publicação no WeChat da DeepSeek, modelo de linguagem chinês que em janeiro já havia derrubado as ações da Nvidia. A companhia anunciou a versão 3.1 de sua inteligência artificial, adaptada à próxima geração de chips desenvolvidos na própria China, alimentando a aposta em fornecedores domésticos.

Maior fabricante chinesa de semicondutores, a Huawei não tem capital aberto; por isso, investidores concentraram as ordens em empresas listadas como Cambricon e Hygon.

Chip mais potente aprovado para a China

O H20 é hoje o produto de maior desempenho da Nvidia ainda autorizado a entrar no mercado chinês, mas continua abaixo da linha de ponta Blackwell. Desde 2022, restrições impostas por Washington impedem a venda de componentes mais avançados ao país asiático.

Em abril deste ano, a Casa Branca determinou que a exportação do H20 só ocorreria mediante licença, o que congelou US$ 2,5 bilhões em pedidos no trimestre encerrado naquele mês. Para contornar o impasse, o CEO Jensen Huang prometeu investir US$ 500 bilhões em servidores nos EUA e, em agosto, anunciou a retomada das vendas do H20 à China após encontro com o então presidente Donald Trump.

Acordo inédito com taxa de 15%

A retomada foi possível graças a um acordo incomum com o Departamento de Comércio norte-americano: Nvidia e AMD podem vender chips adaptados à China desde que repassem cerca de 15% do lucro dessas transações ao governo dos EUA. Especialistas internacionais alertam para o precedente que o “pedágio” pode criar.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, chegou a sugerir que o modelo possa ser estendido a outros setores.

Reação de Pequim a comentários “insultantes”

Segundo o Financial Times, a Administração do Ciberespaço da China (CAC), a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) decidiram agir após o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmar à CNBC em 15 de julho: “Não vendemos aos chineses nosso melhor produto, nem o segundo, nem o terceiro”. Para reguladores chineses, a declaração foi ofensiva e motivou o alerta contra o H20.

Em viagem a Taiwan, onde discutiu a próxima família de chips Rubin com a TSMC, Jensen Huang disse ter sido surpreendido pela preocupação de Pequim e afirmou estar dialogando com autoridades chinesas e americanas para criar um sucessor ao H20.

Próximos resultados

A Nvidia divulga balanço trimestral nesta quarta-feira (27). O mercado acompanhará de perto indicativos sobre investimentos em inteligência artificial e projeções de vendas, em meio aos temores de que as restrições possam limitar o crescimento da companhia no maior mercado mundial de tecnologia.

Com informações de InfoMoney

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