A Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) divulgou sua perspectiva de curto prazo indicando nova retração nos preços internacionais do petróleo.
Previsão de preços
Segundo o relatório, o Brent — referência mundial extraída do Mar do Norte — que teve média de US$ 71 por barril em julho, deve cair para US$ 58 no quarto trimestre de 2025 e recuar a aproximadamente US$ 50 no início de 2026. Caso o cenário se confirme, o West Texas Intermediate (WTI), principal indicador norte-americano, ficaria em torno de US$ 47 por barril, abaixo do custo de equilíbrio da maior parte das empresas do setor.
Custos de produção
Dados do Federal Reserve Bank de Dallas mostram que grandes produtores dos EUA precisam em média de US$ 61 por barril para cobrir custos, enquanto companhias menores necessitam de cerca de US$ 66. Algumas firmas conseguem operar com lucro a US$ 45, mas são exceção.
Impacto esperado na atividade
No segundo trimestre de 2025, 85 executivos participaram de pesquisa trimestral do Fed de Dallas. Questionados sobre o que fariam caso a cotação descesse a US$ 50, 46% afirmaram que reduziriam de forma significativa a atividade de perfuração e 42% apontaram diminuição moderada. Cálculo do J.P. Morgan projeta que o número de sondas em operação poderia encolher até 30%, para cerca de 300 — patamar observado em 2020, auge da pandemia.
Por que os preços estão caindo
A retração é atribuída principalmente ao retorno ao mercado de 2,2 milhões de barris por dia que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) havia cortado em 2023 para sustentar o piso de US$ 80. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos alcançaram produção recorde de 13,488 milhões de barris diários em maio de 2025, segundo a EIA. Com estoques globais em alta, a tendência é de pressão adicional sobre as cotações.
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Reflexo para os consumidores
Para os motoristas norte-americanos, a estimativa sinaliza alívio. De acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA), o preço médio da gasolina neste verão está US$ 0,30 por galão abaixo do registrado há um ano. A marca nacional não fica abaixo de US$ 3 desde 2021, mas a EIA prevê que o valor poderá cair consideravelmente no inverno, quando o consumo diminui e entra em vigor a mistura de inverno, mais barata.
As projeções da EIA reforçam a preocupação dos produtores nacionais, que podem enfrentar margens negativas caso a tendência de queda se consolide.
Com informações de Forbes
