Quem: Organização das Nações Unidas, vítimas de violência religiosa e Estados membros.
O quê: Comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença, marcado por denúncias de crimes que configuram genocídio e crimes contra a humanidade.
Quando: 22 de agosto, data instituída pela Assembleia Geral da ONU e destacada no artigo publicado em 14 de agosto de 2025.
Onde: Casos registrados na Nigéria, Síria, Iraque, China, Afeganistão, Irã e República Democrática do Congo.
Como: Grupos extremistas, Estados e milícias têm empregado sequestros, assassinatos, escravidão, trabalho forçado e perseguições sistemáticas contra minorias religiosas.
Por quê: O aumento da violência religiosa exige resposta urgente, incluindo investigação, responsabilização e medidas de prevenção previstas em tratados internacionais.
Escalada global de violência religiosa
Segundo a ONU, a última década registrou diversas formas extremas de violência baseadas em religião ou crença que podem ser enquadradas como crimes contra a humanidade ou genocídio.
Nigéria
O Boko Haram e outras milícias atacam civis que não seguem sua interpretação do islamismo, com especial foco em cristãos no norte do país. Em 2020, o Escritório do Procurador do Tribunal Penal Internacional concluiu exame preliminar e solicitou investigação formal, mas o processo está parado há cinco anos. Leah Sharibu, sequestrada em 2018 em Dapchi, permanece escravizada em agosto de 2025.
Síria e Iraque
Relatórios indicam nova onda de ataques contra cristãos, alauítas e drusos na Síria. No Iraque, cerca de 2.600 mulheres e crianças yazidis seguem em cativeiro onze anos após o genocídio cometido pelo Daesh.
China
Uigurxs são transferidos de centros de “reeducação” para campos de trabalho forçado, e produtos advindos dessa mão de obra alcançam mercados ocidentais.

Imagem: forbes.com
Afeganistão
Desde a retomada do poder pelo Talibã, cristãos, ahmadis e bahais praticamente desapareceram do país, muitos vivendo na clandestinidade. A minoria hazara xiita segue alvo de ataques do Estado Islâmico Província do Khorasan, sem prevenção eficaz pelas autoridades.
Irã
Considerados apóstatas, os bahais sofrem execuções extrajudiciais, tortura e detenções arbitrárias, além de negação de direitos civis básicos.
República Democrática do Congo
Em 2025, militantes das Forças Democráticas Aliadas, ligadas ao Estado Islâmico, intensificaram ataques. Uma investida contra uma igreja em Komanda deixou cerca de 40 mortos.
Desafios à prevenção e responsabilização
A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio obriga Estados a adotar todas as medidas possíveis diante de risco sério. Disposição semelhante deverá constar no futuro tratado sobre crimes contra a humanidade, em debate há até dez anos. Além disso, o princípio da Responsabilidade de Proteger, firmado politicamente, prevê reação internacional quando governos não conseguem impedir atrocidades.
Apesar desses instrumentos, a impunidade permanece regra, e investigações ou julgamentos são exceção, alerta o artigo, que critica a demora estatal e internacional em atender vítimas e comunidades inteiras.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença reforça o apelo para que governos cumpram suas obrigações legais e políticas e ajam antes que novos crimes ocorram.
Com informações de Forbes