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Mortes por doenças associadas ao 11 de Setembro já devem ultrapassar vítimas dos atentados, dizem autoridades

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NOVA YORK — Às 8h46 de quinta-feira (11), horário exato em que o primeiro avião atingiu a Torre Norte do World Trade Center em 2001, a cidade de Nova York fez silêncio pela 24ª vez para lembrar as quase 3 000 vidas perdidas nos atentados. A cerimônia no Memorial do 11 de Setembro, no sul de Manhattan, incluiu a leitura ininterrupta dos nomes das vítimas, acompanhada por violoncelo e gaitas de foles.

Enquanto o ritual se repetia, autoridades e especialistas destacavam que o número de mortes causadas, ao longo dos anos, por doenças relacionadas à exposição a materiais tóxicos nos escombros do Ground Zero provavelmente já excede o total de óbitos do próprio dia dos ataques.

Impacto prolongado na saúde

Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que mais de 24 000 socorristas que atuaram no local do World Trade Center ou na pilha de destroços em Staten Island desenvolveram algum tipo de câncer. Até o ano passado, quase 7 000 socorristas e sobreviventes haviam morrido, por diferentes causas.

No Corpo de Bombeiros de Nova York (FDNY), 409 integrantes morreram em consequência de enfermidades associadas ao 11 de Setembro, sendo 39 somente nos últimos 12 meses. No dia dos ataques, 343 bombeiros perderam a vida.

Protesto contra cortes em programas de saúde

Na véspera da homenagem principal, bombeiros reuniram-se em um quartel próximo ao antigo World Trade Center para denunciar reduções nos programas federais de assistência médica a sobreviventes. “À sombra deste belo monumento, os efeitos persistentes daquele dia podem ser ofuscados”, afirmou o tenente James Brosi, presidente da Associação dos Oficiais Uniformizados de Bombeiros, diante de um muro onde estão gravados os nomes dos colegas falecidos.

Famílias mantêm tradição de lembrança

Entre homenagens privadas, Valentina Lygin, 78 anos, depositou uma flor junto ao nome de seu filho, Alexander Lygin, gravado em uma das piscinas do memorial. Alexander tinha 28 anos, trabalhava no 104º andar da Torre Norte e pretendia se casar em outubro de 2001. A mãe retorna à cidade duas vezes por ano, em 11 de setembro e no aniversário do filho, 16 de janeiro. “O que eu quero é que as pessoas se lembrem”, disse.

Cidade reconstruída e cenário político

Desde 2001, a região do sul de Manhattan mais que dobrou de população. Em meio às cerimônias, a campanha municipal foi temporariamente suspensa, mas a data segue carregada de simbolismo. O deputado estadual Zohran Mamdani, favorito nas pesquisas e que poderá tornar-se o primeiro prefeito muçulmano da cidade, esteve presente. O ex-governador Andrew Cuomo, segundo colocado na disputa, apareceu acompanhado do bombeiro Sal Turturici, que criticou Mamdani por ligações com o streamer Hasan Piker, autor de comentários considerados insensíveis sobre o 11 de Setembro.

Autoridades presentes

Centenas de representantes eleitos e chefes de segurança participaram do ato principal: o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick; o diretor do FBI, Kash Patel; a governadora de Nova York, Kathy Hochul; os ex-prefeitos Rudy Giuliani e Michael Bloomberg; o atual prefeito Eric Adams; além de Mamdani e Cuomo. Em outra homenagem, o candidato republicano Curtis Sliwa compareceu ao Tribute Park, no Queens. No Pentágono, estava programado um evento com o presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump.

Cinco momentos de silêncio

A leitura dos nomes no Memorial do 11 de Setembro se estendeu por horas, interrompida por cinco momentos de silêncio que marcaram o impacto de cada avião — inclusive o voo 93, na Pensilvânia — e o colapso das duas torres.

Com o avanço das doenças associadas à contaminação por poeira tóxica, familiares de vítimas e sobreviventes afirmam que o custo humano do 11 de Setembro continua a aumentar, reforçando a necessidade de manter programas de saúde e suporte a longo prazo.

Com informações de InfoMoney

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