A Jalles Machado avalia que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao açúcar brasileiro não devem provocar grandes ajustes nos embarques da companhia no curto prazo. Segundo o diretor financeiro (CFO) Rodrigo Penna, as encomendas internacionais permanecem praticamente inalteradas desde que a medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.
“Observamos apenas pequenas reduções nos pedidos direcionados aos Estados Unidos”, afirmou o executivo em entrevista. Ele ponderou, porém, que o cenário pode mudar caso a tarifa seja mantida por período prolongado. “No longo prazo, outros países podem ampliar a produção e ganhar competitividade”, disse.
A empresa de Goiás destina cerca de 80% de seu açúcar orgânico ao mercado externo, sendo 70% desse volume absorvido pelos Estados Unidos. Penna explicou que o produto brasileiro ainda é essencial para compradores norte-americanos, que importam cerca de 300 mil toneladas de açúcar orgânico por ano, metade proveniente do Brasil. “Os clientes continuam fechando contratos; ajustamos apenas detalhes pontuais”, acrescentou.
Duas semanas atrás, em fato relevante, a companhia estimou perda financeira entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões em função das tarifas. Novas confirmações de compra, entretanto, indicam que o impacto pode ficar abaixo dessa faixa.
Investimento em biometano
Além da discussão tarifária, a Jalles Machado planeja investir na produção de biometano para uso próprio e venda a empresas instaladas em Goiás. “Queremos substituir combustíveis fósseis na operação e ofertar o gás para indústrias locais”, declarou Penna. Como o estado não possui gasoduto, muitas empresas dependem do transporte de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O fornecimento de biometano, segundo o executivo, aumentaria a competitividade regional.

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Por enquanto, a companhia segue monitorando o efeito das tarifas nos negócios e avançando nos estudos sobre o novo combustível renovável.
Com informações de InfoMoney