O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) encaminhou petições na sexta-feira (8) aos tribunais responsáveis pelos processos de Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell, solicitando que sejam tornados públicos os anexos exibidos aos grandes júris que indiciaram o financista e sua ex-associada. O órgão pede que os documentos sejam divulgados com redações que preservem a identidade das vítimas.
O pedido amplia requerimento anterior, que tratava apenas das transcrições das sessões dos grandes júris. Agora, o DOJ quer liberar também as peças de evidência apresentadas antes das votações de acusação.
Não está claro o que esses anexos contêm nem quanto deles já circula publicamente. O governo reconheceu em petição que parte do material coincide com provas exibidas no julgamento de Maxwell, realizado em 2022. Segundo o DOJ, os grandes júris ouviram somente depoimentos de agentes da lei, sem participação direta das vítimas.
A administração Trump informou que protocolará um documento sob sigilo detalhando quantas provas já são públicas. Assim, só será possível saber o ineditismo das informações quando os anexos vierem a público.
A defesa de Maxwell se posicionou contra a divulgação. Em manifestação ao tribunal, o advogado David Oskar Marcus alegou que sua cliente “ainda litiga o caso e desconhece o conteúdo completo do material”. O espólio de Epstein não apresentou objeções.
Materiais de grande júri costumam permanecer confidenciais, mas o DOJ argumenta que o interesse público excepcional justifica a abertura. Ainda assim, nenhuma documentação deverá ser divulgada antes de, pelo menos, uma semana. O órgão pretende notificar previamente as vítimas cujos nomes apareçam nos anexos e prometeu atualizar o tribunal até 14 de agosto.

Imagem: Alison Durkee via forbes.com
Os juízes também determinaram que o governo responda, se desejar, a cartas enviadas por vítimas de Epstein. Nos documentos, elas criticam a condução do caso e acusam o DOJ e o FBI de proteger “homens ricos” ligados ao financista. O governo não comentou essas cartas na petição de sexta-feira.
Epstein, que mantinha relações com diversas personalidades, foi acusado de abusar sexualmente de mais de 100 mulheres antes de ser preso em 2019, ano em que morreu na prisão. Maxwell foi considerada cúmplice, condenada por tráfico sexual e sentenciada a 20 anos de prisão; ela recorre da decisão.
O interesse sobre o caso ganhou força após o DOJ afirmar, no mês passado, que não pretende divulgar outros arquivos relacionados a Epstein, contrariando declarações anteriores da procuradora-geral Pam Bondi. A eventual liberação dos anexos do grande júri representa apenas uma fração do acervo em posse do governo. O vice-procurador-geral Todd Blanche também entrevistou Maxwell recentemente, mas não há definição sobre a publicidade desse depoimento.
Com informações de Forbes