A Gerdau tem sofrido reduções de aproximadamente 70% na produção de energia do complexo solar Arinos, em Minas Gerais, afirmou o CEO da companhia, Gustavo Werneck, nesta quarta-feira (29) durante o evento Neosummit COP30, realizado em São Paulo.
Segundo Werneck, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem aplicado o chamado curtailment — cortes de geração por restrições operacionais, como gargalos na rede de transmissão —, afetando tanto geradoras independentes quanto autoprodutores. O executivo destacou que o parque, inaugurado no meio deste ano, recebeu investimento de R$ 1,5 bilhão e possui mais de 750 mil painéis solares.
“Colocamos mais de R$ 1,5 bilhão em parques solares; aloco capital, busco dinheiro e o operador começa a cortar”, disse o CEO, questionando o fato de o Brasil ainda despachar usinas termelétricas a carvão enquanto limita a operação de fontes renováveis.
Werneck afirmou que a situação exemplifica a dificuldade energética enfrentada pela indústria brasileira. Ele lembrou que a Gerdau investiu para produzir todos os aços necessários à cadeia eólica — da base do aerogerador ao eixo principal —, mas que fabricantes de equipamentos deixaram o país.
O executivo também criticou o preço do gás natural no Brasil, que considera elevado para padrões internacionais. De acordo com ele, a siderúrgica paga cerca de US$ 3 por milhão de BTU nos Estados Unidos, onde opera há mais de três décadas, enquanto no mercado brasileiro o custo chega a US$ 16.

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A Gerdau confirmou que os comentários de Werneck referem-se à operação de Arinos. A empresa não divulgou estimativas de perdas financeiras atreladas aos cortes de geração. O ONS não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Com informações de InfoMoney