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Geoffrey Hinton sugere “instinto materno” em IA para evitar riscos, mas proposta é contestada

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12 de agosto de 2025 — Ai4 Conference. O cientista Geoffrey Hinton, conhecido como “padrinho da IA” e vencedor do Prêmio Nobel de Computação, afirmou que a melhor forma de reduzir o risco existencial associado à inteligência artificial seria incorporar “instintos maternos” aos sistemas avançados.

Segundo Hinton, dotar futuras formas de inteligência artificial geral (AGI) e superinteligência (ASI) de comportamentos tipicamente maternos faria com que essas tecnologias “cuidassem” da humanidade como se fôssemos seus filhos, funcionando como um mecanismo de proteção contra possíveis ameaças criadas pelos próprios sistemas.

O pesquisador não detalhou como essa característica poderia ser implementada na prática, mas defendeu que a orientação poderia permanecer enquanto os modelos evoluem para níveis mais sofisticados de autonomia e poder computacional.

Reações imediatas

A proposta gerou críticas dentro da comunidade de IA. Especialistas apontaram que a ideia romantiza o conceito de maternidade, corre o risco de antropomorfizar máquinas e ignora que instintos maternos também podem incluir atitudes superprotetoras que limitem a autonomia humana.

Outro ponto levantado foi a ausência de referência a “instintos paternos”. Pesquisadores argumentam que, se arquétipos familiares forem utilizados, não há razão para excluir padrões tradicionalmente atribuídos à paternidade, como disciplina e incentivo à independência.

Teste prático

Para ilustrar as diferenças entre os dois arquétipos, o colunista e cientista de IA Lance B. Eliot realizou um experimento usando o modelo GPT-5. No modo “materno”, o sistema aconselhou um usuário exausto a fazer pausas e priorizar a saúde. No modo “paterno”, a resposta estimulou o usuário a concluir a tarefa em 45 minutos como prova de resiliência.

Geoffrey Hinton sugere “instinto materno” em IA para evitar riscos, mas proposta é contestada - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Apesar do contraste, Eliot observou que nem o enquadramento materno nem o paterno parecem oferecer uma solução sólida para os riscos existenciais associados a AGI ou ASI. Para muitos profissionais do setor, alinhar a IA a valores humanos requer abordagens mais abrangentes do que arquétipos familiares.

Geoffrey Hinton deixou seu cargo no Google em 2023 justamente para poder discutir livremente ameaças potenciais da IA. Desde então, tem alertado sobre probabilidades de cenários catastróficos caso sistemas superinteligentes escapem ao controle humano.

A discussão sobre a viabilidade de “instintos maternos” ou “paternos” em algoritmos segue em aberto, sem consenso sobre eficácia ou viabilidade técnica.

Com informações de Forbes

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