NOVA YORK, 8 de agosto de 2025 – Os contratos futuros de ouro negociados na New York Mercantile Exchange alcançaram nesta sexta-feira um novo recorde, superando a marca de US$ 3.534 por onça-troy, depois que a administração do ex-presidente Donald Trump incluiu barras de ouro em sua mais recente rodada de tarifas.
A alta ocorreu um dia após o Financial Times divulgar que o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) passará a aplicar as tarifas a barras de ouro de um quilo e de 100 onças, conforme carta de decisão da agência datada de 31 de julho.
Quando os “tarifas do Dia da Libertação” foram anunciadas em abril, a Casa Branca havia informado que o metal precioso estaria isento. Não ficou claro o motivo da mudança na política comercial.
Impacto sobre o mercado
As barras de um quilo são o formato mais negociado na Comex, maior mercado de futuros de ouro do mundo. A maioria delas vem da Suíça, principal refinadora global de ouro e maior exportadora do metal para os Estados Unidos, agora sujeita a uma tarifa de 39%.
“Era exatamente isso que o mercado temia”, escreveu a analista Joni Teves, do UBS, classificando a medida como “uma enorme surpresa” e ressaltando que ainda não se sabe se o governo voltará atrás.
O CBP não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
Números do comércio
Nos 12 meses encerrados em junho, a Suíça exportou US$ 61,5 bilhões em ouro para os EUA, segundo dados federais.

Imagem: Brandon Kochkodin via forbes.com
Com a valorização de 30% no acumulado de 2025, o metal superou em março a barreira dos US$ 3.000 pela primeira vez. Antes disso, ultrapassara US$ 2.000 em 2020, durante a pandemia de Covid-19, e US$ 1.000 na crise financeira de 2008.
Em fevereiro, a estrategista de commodities Lina Thompson, do Goldman Sachs, previu um impulso prolongado ao ouro diante da incerteza sobre a política econômica dos EUA e do embate entre Trump e o Federal Reserve sobre juros. Naquele mesmo mês, o JPMorgan Chase projetava o preço em US$ 2.950 ao fim do ano, enquanto Citigroup e Goldman Sachs estimavam US$ 3.000 apenas para meados de 2026.
Reação suíça
A presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, criticou publicamente as tarifas, classificando-as como “situação extraordinariamente difícil”. Ela esteve em Washington nesta semana para tentar reduzir as taxas. Segundo Trump, em conversa anterior, “a mulher foi simpática, mas não quis ouvir”, e ele ainda ameaçou impor tarifas sobre medicamentos suíços “dentro de uma semana ou algo assim”.
Com informações de Forbes