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EUA reforçam presença naval perto da Venezuela para conter envio de drogas, dizem autoridades

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Os Estados Unidos deslocaram diversos navios de guerra e milhares de militares para o sul do Caribe, nas proximidades da Venezuela, alegando necessidade de combater o tráfico de drogas com destino ao território norte-americano.

Confronto em alto-mar

Na última terça-feira (2), o presidente Donald Trump afirmou que forças dos EUA mataram 11 pessoas durante a interceptação de uma embarcação no sul do Caribe. Segundo ele, o barco transportava cocaína proveniente da Venezuela. Trump divulgou um vídeo da ação; o governo venezuelano rebateu, dizendo, sem apresentar provas, que as imagens teriam sido geradas por inteligência artificial.

Papel da Venezuela na rota da cocaína

Embora produza pouca ou nenhuma cocaína, a Venezuela é apontada por autoridades norte-americanas como importante corredor para a droga fabricada na vizinha Colômbia — principal produtora mundial. Estimativas dos EUA em 2020 indicam que entre 200 e 250 toneladas métricas de cocaína — cerca de 10% a 13% do abastecimento global — atravessam anualmente o território venezuelano.

Outros países têm participação maior no trânsito da droga. Dados norte-americanos mostram que, em 2018, 1.400 toneladas métricas passaram pela Guatemala. Já em 2019, 74% da cocaína rumo aos EUA foi transportada pelo Pacífico, principalmente a partir de Colômbia e Equador, enquanto 24% seguiu pelo Caribe.

Acusações contra Nicolás Maduro

Promotores dos EUA sustentam que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chefia o chamado Cartel de los Soles, rede composta por membros das Forças Armadas e da elite política que lucraria com o narcotráfico, mineração ilegal e desvio de recursos públicos. Em 2020, o Departamento de Justiça acusou Maduro e 14 aliados de conspirar com grupos armados colombianos para enviar cocaína aos EUA, fornecendo armas e proteção aos traficantes. Maduro não foi julgado, e as acusações seguem sem comprovação judicial.

Fentanil não passa pela Venezuela, dizem especialistas

A Administração de Combate às Drogas dos EUA (DEA) informa que quase todo o fentanil consumido em solo norte-americano é produzido no México a partir de precursores químicos importados da China. Pesquisadores ressaltam que não há evidências de produção ou envio da substância a partir da Venezuela ou de qualquer outro país sul-americano.

Críticas ao reforço militar

O presidente Maduro classificou o deslocamento naval como “a maior ameaça que nosso continente viu nos últimos 100 anos”. Analistas ouvidos por centros de pesquisa em Washington afirmam que a medida tem caráter mais demonstrativo do que operacional, apontando também motivações políticas internas dos EUA, especialmente entre eleitores de origem venezuelana e cubana na Flórida.

Com informações de InfoMoney

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