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CNA sustenta em audiência nos EUA que competitividade do agronegócio brasileiro é legítima

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Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (3) em Washington, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu que a força do agronegócio brasileiro resulta de fatores legítimos — como recursos naturais abundantes e investimentos contínuos em inovação — e não de práticas comerciais ou ambientais inadequadas.

Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da entidade, apresentou os argumentos durante a análise da Seção 301 da Lei de Comércio dos Estados Unidos, mecanismo que permite ao governo norte-americano investigar supostas práticas desleais e adotar sanções unilaterais. Na exposição, Mori rejeitou acusações de que exportadores brasileiros se beneficiem de irregularidades para acessar o mercado dos EUA e destacou que os produtores do país seguem normas rígidas de conformidade, oferecendo segurança e transparência aos consumidores estrangeiros.

A investigação foi anunciada em 15 de julho. Caso Washington conclua que há prejuízo, o Executivo norte-americano pode aplicar tarifas superiores aos atuais 50% cobrados sobre diversos setores. Produtos como café e carne bovina — dos quais o Brasil é o maior exportador mundial e os EUA figuram entre os principais compradores — estão entre os potenciais alvos. No mercado de café, aproximadamente um terço das importações norte-americanas têm origem brasileira.

O governo brasileiro encaminhou resposta formal à Casa Branca em meados de agosto, contestando a legitimidade do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) para conduzir a investigação. No mesmo período, a CNA protocolou um dossiê técnico que aborda três frentes questionadas pelos EUA: tarifas preferenciais, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal.

Segundo Mori, apenas 5,5% das exportações agropecuárias do Brasil se beneficiam de alíquotas preferenciais, enquanto mais de 90% das importações brasileiras seguem o princípio da Nação Mais Favorecida, garantindo igualdade de tratamento aos produtos norte-americanos. Sobre o etanol, ela informou que, em 2024, o Brasil importou dos Estados Unidos volume 17 vezes maior do que o adquirido da Índia.

No campo ambiental, a representante lembrou que o país possui um dos marcos regulatórios mais rígidos do mundo, exigindo a preservação de vegetação nativa em propriedades privadas. Atualmente, 66% do território nacional permanece coberto por vegetação original, metade desse total dentro de imóveis rurais particulares.

“Viemos defender os produtores e o agro brasileiro, ressaltando a importância do Código Florestal e o respeito às regras do comércio internacional”, concluiu Mori.

Com informações de InfoMoney

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