NOVA YORK, 14 de agosto de 2025 (quinta-feira) – O preço do bitcoin recuou mais de 4% e era negociado pouco acima de US$ 117.700 por volta das 14h25 (horário de Nova York), caminho para o maior declínio diário desde 6 de abril, quando despencou 6,1%.
A queda ocorre poucas horas depois de a criptomoeda atingir um novo recorde histórico de US$ 124.436, impulsionada por um rali de 2,6% na véspera. O movimento de correção ganhou força após a divulgação de dados de inflação mais fortes que o previsto.
Inflação frustra expectativas
O Bureau of Labor Statistics informou que os preços no atacado subiram 0,9% em julho, bem acima da projeção de 0,2% compilada pela FactSet. O resultado reduziu o otimismo de que o Federal Reserve possa cortar juros em setembro, pressionando ativos de risco como o bitcoin.
Governo dos EUA esfria compras de cripto
Em entrevista à Fox Business, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os Estados Unidos não pretendem adquirir mais criptoativos para a reserva de bitcoin do país. “Não vamos comprar mais, mas continuaremos a aumentar o estoque com ativos confiscados”, declarou. Segundo Bessent, o fundo governamental detém entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões em criptomoedas.
Ether também devolve ganhos
O ether, segunda maior criptomoeda em valor de mercado, aproximou-se de sua máxima histórica de novembro de 2021 na manhã desta quinta-feira, mas também perdeu força. O analista Geoff Kendrick, do Standard Chartered, elevou a projeção de preço para o final de 2025 de US$ 4.000 para US$ 7.500 e disse acreditar em valorização até US$ 25.000 em 2028. Ele atribui o otimismo ao impacto positivo da recém-aprovada GENIUS Act, primeira regulamentação federal sobre stablecoins, responsáveis por cerca de 20% das taxas pagas na blockchain do Ethereum.
Imagem: Zachary Folk via forbes.com
Contexto de mercado
O mercado de criptomoedas vem registrando forte alta em 2025, impulsionado pela sinalização do governo Donald Trump de reduzir barreiras regulatórias e criar um estoque nacional de ativos digitais. O bitcoin superou as marcas de US$ 110 mil e US$ 120 mil em menos de dois meses. Empresas privadas acompanham o movimento: a Trump Media and Technology Group anunciou um plano de US$ 2,5 bilhões para formar sua própria reserva corporativa de bitcoin.
Com a combinação de dados de inflação acima do esperado e menor apetite do Tesouro por novas compras, investidores reduziram posicionamentos, levando o bitcoin ao maior recuo diário em quatro meses.
Com informações de Forbes
