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Bancos norte-americanos apertam ritmo de volta ao escritório; europeus seguem híbridos

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Nova York/Londres – Cinco anos depois de a pandemia empurrar grande parte do setor financeiro para o home office, bancos dos Estados Unidos e do Canadá exigem mais presença física do que suas contrapartes europeias.

Levantamento da Bloomberg com os 15 bancos de maior valor de mercado em cada região mostra que 11 instituições norte-americanas pedem que toda ou parte da equipe trabalhe quatro dias ou mais por semana no escritório. Entre os 15 maiores da Europa, apenas sete adotam a mesma regra.

Na média, a exigência no Canadá e nos EUA chega a 4,2 dias presenciais. Do outro lado do Atlântico, o número cai para 3,4 dias, e nenhum grande banco europeu convocou todos os empregados para os cinco dias completos.

Posturas opostas entre executivos

As diferenças aparecem nas declarações de líderes do setor. Bill Winters, presidente-executivo do britânico Standard Chartered, afirmou em 31 de julho que “trabalhamos com adultos” e defendeu que as equipes decidam o formato que funciona melhor. Já Jamie Dimon, comandante do JPMorgan Chase, reiterou em fevereiro que espera os funcionários todos os dias no escritório e aconselhou quem discorda a não “perder tempo com petições”.

Impacto na competição por talentos

Analistas enxergam a divisão como reflexo da maior solidez de Wall Street. Mike Mayo, do Wells Fargo, avalia que a presença física reforça uma “cultura faminta por resultados”. Ele cita, porém, o Citigroup como exceção: o banco mantém três dias presenciais e, em agosto, concedeu duas semanas extras de trabalho remoto.

Na Europa, instituições lucrativas usam a flexibilidade como argumento de retenção. O BBVA permite dois dias de home office, enquanto o Intesa Sanpaolo exige que empregados fiquem metade do tempo no escritório.

Outras regiões

Na Ásia, políticas variam: bancos japoneses adotam o modelo híbrido, alguns australianos relacionam avaliação de desempenho à frequência presencial e instituições chinesas voltaram às semanas completas logo após o fim dos lockdowns em 2023.

Estudos e obstáculos regulatórios

Pesquisa da Universidade de Pittsburgh, publicada em janeiro de 2024, indica que empresas do S&P 500 costumam reforçar o retorno presencial depois de desempenho fraco em bolsa – sem melhora financeira aparente, mas com queda na satisfação dos empregados.

Na Europa, consultas obrigatórias a trabalhadores retardam mudanças. O Société Générale só limitará a um dia remoto por semana na França a partir de setembro de 2026. Já no Bank of Ireland, sindicato orientou os funcionários a ignorar a exigência de oito dias no escritório por mês, prevista para 1º de setembro. O Deutsche Bank enfrentou resistência ao tentar impor três dias presenciais.

Para Bonnie Dowling, sócia da McKinsey, a distância entre as duas margens do Atlântico tende a continuar, enquanto o investidor Davide Serra, da Algebris, afirma que seguir o modelo defendido por Jamie Dimon é “a escolha mais inteligente” para grandes organizações.

Com informações de InfoMoney

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