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Como a ajuda dos EUA à Ucrânia e a postura diante da Rússia mudaram de Biden para Trump

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Na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se no Alasca com o presidente russo, Vladimir Putin, para tratar da guerra em curso na Ucrânia. O encontro terminou sem acordo sobre a forma de encerrar o conflito.

Mudança na dinâmica das negociações

Ao contrário do que ocorria até 2024, representantes da Ucrânia, da União Europeia e da Otan ficaram de fora da cúpula. A ausência evidencia uma guinada na política externa norte-americana, que, durante o governo Joe Biden, priorizava consultas conjuntas com Kiev e aliados europeus.

Política de Biden (2022-2024)

Depois da invasão russa iniciada em fevereiro de 2022, Biden prometeu apoiar a Ucrânia “pelo tempo que fosse necessário”. Entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2024, Washington destinou quase US$ 200 bilhões ao país invadido, englobando armas, equipamentos de defesa, ajuda humanitária, suprimentos médicos e apoio financeiro.

Esse suporte, somado a pacotes de quase 80 nações, ajudou Kiev a expulsar tropas russas do norte e do centro do território. Paralelamente, o Departamento de Estado e a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional colaboraram em reformas que renderam à Ucrânia o status de candidata à União Europeia.

Biden também compartilhou inteligência militar com os ucranianos, pressionou o Congresso por novos recursos e insistiu que qualquer negociação de paz deveria incluir a Ucrânia e respeitar seus termos. No âmbito multilateral, 141 países aprovaram na ONU resolução exigindo a retirada russa, e Moscou foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos. Sanções coordenadas por EUA, Reino Unido, UE, Otan e parceiros asiáticos atingiram empresas de energia, congelaram ativos russos e levaram mais de 1.000 companhias estrangeiras a deixar o mercado russo.

Virada com Trump (2025)

Durante a campanha de 2024, Trump criticou o volume de apoio financeiro a Kiev e declarou que a Ucrânia “deveria ceder um pouco de território” à Rússia. Após tomar posse em janeiro de 2025, afirmou ser improvável que os ucranianos recuperem áreas ocupadas e ordenou ao Departamento de Defesa e ao Departamento de Estado a suspensão de remessas de ajuda e do compartilhamento de inteligência.

O bloqueio iniciou-se em março, mas foi parcialmente revisto. Em julho, a administração Trump retomou envios de material defensivo à Ucrânia e voltou a fornecer informações de inteligência. Paralelamente, os EUA venderam armamentos a aliados da Otan, que os repassaram aos militares ucranianos.

Tentativas de cessar-fogo e críticas europeias

Apesar da retomada da ajuda, Washington passou a pressionar por um cessar-fogo imediato. De fevereiro a agosto, sucessivas rodadas de conversas entre autoridades norte-americanas e russas fracassaram, com relatos de violações russas aos termos discutidos. Ao fim da cúpula no Alasca, Trump admitiu que “não há acordo até que exista um acordo”.

O diálogo exclusivo entre Washington e Moscou, sem Kiev ou parceiros europeus à mesa, provocou apreensão em capitais europeias e em autoridades ucranianas, que temem decisões sobre o futuro da Ucrânia tomadas sem sua participação.

Com a guerra ainda sem desfecho, permanece a incógnita sobre o grau de apoio que os Estados Unidos continuarão a oferecer aos ucranianos enquanto buscam, paralelamente, um entendimento direto com a Rússia.

Com informações de Forbes

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