Duas das maiores fabricantes de semicondutores do mundo, Nvidia e AMD, acertaram com o governo dos Estados Unidos o repasse de 15% da receita obtida com a venda de chips para a China. O entendimento foi firmado em 11 de agosto de 2025 e pode render cerca de US$ 3 bilhões adicionais aos cofres públicos norte-americanos.
Como funciona o acordo
O pacto concede licenças específicas de exportação para os chips H20, da Nvidia, e MI308, da AMD. Em contrapartida, as empresas recolherão 15% do faturamento gerado nessas operações. O modelo difere de impostos tradicionais, mas se assemelha a uma cobrança sobre exportações.
Contexto recente
Em abril, a Nvidia foi proibida de enviar os mesmos H20 para o mercado chinês, o que, segundo Yahoo! Finance, provocou perdas bilionárias. A nova autorização tenta recuperar parte desse resultado.
Repercussão
O empresário Mark Cuban elogiou a medida na rede social X, chamando-a de “comissão para a América” e afirmando que o governo encontrou uma forma inédita de arrecadação sobre grandes companhias de tecnologia.
Apesar da aprovação de alguns investidores, as ações de Nvidia e AMD recuaram após o anúncio. Analistas citam o porcentual elevado da cobrança e a possibilidade de o custo ser repassado aos compradores chineses, que pagarão mais caro pelos mesmos produtos. Há ainda dúvidas sobre o interesse da China em chips que já não representam o estado-da-arte tecnológico.

Imagem: forbes.com
Próximos passos
O modelo abre precedente para que outras empresas negociem arranjos semelhantes, inclusive em setores como eletrônicos, química e defesa. Contudo, parlamentares de ambos os partidos questionam a legalidade de um “imposto de exportação” disfarçado, e o governo Trump pode ter de defender o acordo na Justiça.
Por ora, a iniciativa estabelece um novo formato de captação de receita federal enquanto permite que Nvidia e AMD retomem parte do mercado chinês.
Com informações de Forbes