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Maior ação de imigração em um único local detém 475 trabalhadores na construção de fábrica da Hyundai na Geórgia

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Agentes do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security) detiveram 475 pessoas, em sua maioria cidadãos sul-coreanos, na quinta-feira (14), em um canteiro de obras de uma fábrica de baterias para veículos elétricos em Ellabell, próximo a Savannah, no estado da Geórgia. Segundo o agente especial responsável pelas Investigações de Segurança Interna no estado, Steven Schrank, trata-se da maior operação de imigração já realizada em um único endereço no país.

Schrank explicou que a ação concluiu uma investigação que se estendeu por vários meses. De acordo com o agente, os detidos estavam nos Estados Unidos de forma irregular ou violaram condições de trabalho previstas em seus vistos. Até o momento, nenhuma acusação criminal foi apresentada; as autoridades ainda analisam a situação de emprego de cada pessoa, muitas delas contratadas por empresas terceirizadas.

A maior parte dos detidos passou a noite de quinta-feira no centro de detenção de Folkston, também na Geórgia. O objetivo da operação, segundo Schrank, é assegurar concorrência leal entre companhias que seguem a legislação trabalhista e migratória.

A fábrica em construção pertence à joint venture HL-GA Battery Co., formada pela sul-coreana LG Energy Solution e pelo Hyundai Motor Group. Em nota, a LG confirmou que funcionários próprios e de empresas parceiras foram levados pelas autoridades. Já a Hyundai afirmou que, até onde sabe, nenhum de seus empregados está entre os detidos e que está revisando processos internos para garantir o cumprimento de requisitos legais por contratantes e subcontratantes.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul confirmou que há cidadãos sul-coreanos entre os detidos, mas não divulgou números. Representantes da embaixada e do consulado sul-coreanos foram enviados de Washington e Atlanta para acompanhar o caso.

Alguns cidadãos norte-americanos e residentes permanentes chegaram a ser retidos, mas foram liberados, informou Schrank. O advogado de imigração Charles Kuck, que atua em Atlanta, relatou que dois clientes seus incluídos no Visa Waiver Program — que autoriza estadias de até 90 dias para turismo ou negócios — também foram detidos, embora estivessem apenas participando de reuniões.

James Woo, da organização Asian Americans Advancing Justice, disse ter recebido diversas ligações de residentes sul-coreanos na Geórgia. Segundo ele, a comunidade em Savannah é pequena e carece de recursos para assistência jurídica imediata.

A operação faz parte da política de repressão à imigração do governo do ex-presidente Donald Trump. A ação ocorreu pouco mais de uma semana após Trump receber o presidente sul-coreano Lee Jae-myung na Casa Branca, encontro em que Lee anunciou intenção de investir US$ 150 bilhões nos EUA, incluindo projetos de baterias.

O canteiro de Ellabell integra o complexo de US$ 7,6 bilhões que a Hyundai está erguendo na Geórgia, classificado pelo governador Brian Kemp como o maior projeto econômico da história do estado. A construção foi interrompida após a operação, mas a porta-voz Mary Beth Kennedy informou que a empresa está colaborando com as autoridades.

Advogados e políticos locais criticaram a falta de vistos técnicos para trabalhadores qualificados. O deputado estadual Sam Park (Partido Democrata) classificou a batida como “politicamente motivada” e prejudicial às famílias dos trabalhadores.

No final do dia, a LG Energy Solution afirmou que colabora com o governo sul-coreano para obter a liberação de seus funcionários e de empregados de parceiros.

Com informações de InfoMoney

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