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WSJ afirma que STF conduz “golpe de Estado” no Brasil sob comando de Alexandre de Moraes

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Um artigo de opinião publicado neste domingo, 10 de agosto de 2025, pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ) sustenta que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes estariam promovendo um “golpe de Estado” contra a democracia brasileira.

Assinada pela colunista Mary Anastasia O’Grady, a análise ocupa posição de destaque entre os textos mais lidos do periódico. A autora acusa Moraes de censurar opositores, ordenar prisões e conduzir inquéritos sigilosos sem supervisão de outros poderes.

Comparação com regimes autoritários

O texto compara a atuação do STF a estratégias adotadas por líderes autoritários do século XXI. Segundo O’Grady, em vez de golpes militares clássicos, esses governantes “copiam” o modelo de Hugo Chávez: consolidam controle sobre instituições enquanto desfrutam de popularidade e depois prendem adversários ou os empurram para o exílio.

Inquérito das fake news

Para o jornal, o “caminho para uma ditadura” começou em 2019, quando o STF abriu o inquérito das fake news ao alegar ser alvo de ameaças. O WSJ ressalta que o tribunal atuou simultaneamente como acusador, investigador e juiz e que Moraes foi designado relator sem sorteio. A partir daí, diz o artigo, o ministro passou a vigiar redes sociais, criminalizar opiniões e decretar prisões preventivas de críticos da Corte.

Críticas à atuação no TSE

A coluna também revisita o período em que Moraes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022. O tribunal, afirma o WSJ, “tornou-se notavelmente mais político”, monitorando o discurso de partidos, candidatos e eleitores e censurando quem divergia de seu entendimento.

8 de janeiro de 2023

A condução das investigações sobre os atos de 8 de janeiro de 2023 é outro ponto de crítica. Conforme o texto, cerca de 1.500 suspeitos foram presos — alguns permaneceram detidos por até um ano antes de julgamento — e receberam “sentenças severas por transgressões menores”. O jornal acrescenta que manifestações violentas de esquerda teriam recebido tratamento mais brando, ao passo que opositores do governo Luiz Inácio Lula da Silva enfrentariam “mão de ferro”.

WSJ afirma que STF conduz “golpe de Estado” no Brasil sob comando de Alexandre de Moraes - Imagem do artigo original

Imagem: Rosinei Coutinho via gazetadopovo.com.br

Anulação de Lula e inquérito das milícias digitais

O WSJ recorda que, em março de 2021, o STF anulou condenações por corrupção de Lula, confirmadas em duas instâncias, fato que teria inflamado a direita. Três meses depois, em julho de 2021, foi aberto o inquérito das milícias digitais, que, segundo o artigo, mirou empresas de tecnologia dos Estados Unidos, exigindo que restringissem conteúdos considerados inaceitáveis pela Corte sob pena de deixarem de operar no Brasil.

Pressão política e possíveis sanções

O jornal relata que senadores de direita articulam um pedido de impeachment contra Moraes para “restaurar a imparcialidade judicial”. O texto diz ainda que integrantes da elite brasileira estariam criticando ministros “embriagados de poder”.

Por fim, o artigo lembra que tarifas de 50% impostas pelo então presidente Donald Trump a importações brasileiras aumentaram o nacionalismo e o apoio a Lula. Já a recente decisão do Departamento do Tesouro dos EUA de sancionar Moraes sob a Lei Magnitsky teria chamado a atenção dos demais ministros, que — segundo o WSJ — temem novas medidas se o Brasil não “restaurar o Estado de Direito”.

Com informações de Gazeta do Povo

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