O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende trocar o nome do Departamento de Defesa para Departamento de Guerra, denominação usada até 1947. A declaração foi feita em 25 de agosto de 2025, durante reunião no Salão Oval com o presidente sul-coreano Lee Jae-myung.
Segundo Trump, a designação antiga “tem um som mais forte” e poderia voltar a vigorar “dentro de alguns dias ou semanas”. Ele lembrou que, sob o antigo título, o país “ganhou tudo”, em referência a conflitos como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.
Possibilidades legais
Para mudar oficialmente o nome do maior departamento do governo norte-americano, seria necessário um ato do Congresso. Um funcionário da Casa Branca disse ao jornal Wall Street Journal que a administração estuda outras saídas jurídicas para efetivar a mudança.
De acordo com o veículo, o Pentágono já elabora propostas legislativas desde as primeiras semanas do segundo mandato de Trump. Entre as ideias avaliadas está a concessão, pelo Congresso, de autoridade ao Executivo para restituir o nome “Departamento de Guerra” e o título de “secretário de Guerra” em caso de emergência nacional.
Referências anteriores
Em junho, Trump declarou que o cargo de secretário de Guerra foi renomeado para secretário de Defesa por “politicamente correto”. No mês passado, voltou ao tema na rede Truth Social, chamando o atual titular da pasta, Pete Hegseth, de “secretário de Guerra”.
Como surgiu o Departamento de Guerra
O Departamento de Guerra foi criado em agosto de 1789 pelo então presidente George Washington, poucos meses após a ratificação da Constituição. O primeiro secretário foi Henry Knox. Ao longo de mais de 150 anos, a estrutura administrou conflitos contra Grã-Bretanha, Espanha, México e Filipinas, além da Guerra Civil e das duas Guerras Mundiais.

Imagem: Bruna Koesqui
Da Guerra à Defesa
Em 1947, o presidente Harry S. Truman unificou os departamentos de Guerra e da Marinha no chamado Estabelecimento Militar Nacional, por meio da Lei de Segurança Nacional. Dois anos depois, o Congresso alterou o nome para Departamento de Defesa, refletindo a ampliação de funções — que passaram a incluir política externa, inteligência e segurança nacional — e a intenção de enfatizar uma postura de defesa, não de agressão.
O historiador militar Richard H. Kohn, da Universidade da Carolina do Norte, explicou ao New York Times que a mudança pretendia sinalizar ao mundo que os Estados Unidos buscavam proteger o país, não iniciar guerras.
Até o momento, a Casa Branca não divulgou um cronograma oficial para enviar a proposta de renomeação ao Congresso.
Com informações de Gazeta do Povo