O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de segunda-feira (25) a demissão imediata de Lisa Cook, integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.
Em carta publicada na rede Truth Social, Trump afirmou que Cook teria fornecido informações incorretas em pelo menos dois contratos de hipoteca. Segundo o documento, a economista declarou um imóvel no Michigan como residência principal por um período de 12 meses e, duas semanas depois, fez declaração semelhante para outra propriedade na Geórgia.
O presidente citou uma Remessa Criminal datada de 15 de agosto de 2025, assinada por William J. Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional, e enviada à procuradora-geral Pamela Bondi. O relatório indicaria “motivos suficientes” para suspeitar de falsidade nas declarações.
Trump classificou a conduta como “negligência grave em transações financeiras” e alegou que o episódio compromete a confiança na capacidade de Cook de atuar como reguladora. A dispensa marca a primeira vez, desde a criação do Fed em 1913, que um presidente norte-americano remove um membro do Conselho de Governadores.
Até o momento, o Fed não se pronunciou sobre a decisão.

Imagem: KEN CEDENO
Contexto de tensão entre Trump e o Fed
A demissão ocorre em meio a críticas frequentes do presidente ao banco central. Trump pressiona o Fed e seu presidente, Jerome Powell, por cortes na taxa básica de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50%. Em julho, o comitê manteve o patamar, mas Powell indicou que reduções podem ocorrer nos próximos meses.
Em declarações recentes, Trump chamou Powell de “idiota” e sugeriu que o chairman age com motivações políticas. No mês passado, o republicano chegou a considerar publicamente a demissão de Powell, mas recuou em seguida. Já em 12 de agosto, afirmou que estuda autorizar o Departamento de Justiça a processar o presidente do Fed por supostos gastos excessivos em reformas de dois prédios da instituição.
Com informações de Gazeta do Povo