Washington, 03 set. 2025 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ironizou o encontro entre o líder chinês Xi Jinping, o presidente russo Vladimir Putin e o governante norte-coreano Kim Jong-un durante o desfile militar realizado em Pequim para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
Em mensagem publicada na rede Truth Social na noite de terça-feira (2), enquanto a parada ainda ocorria na capital chinesa, Trump recordou o apoio concedido por Washington a Pequim durante o conflito contra o Japão e afirmou que “muitos americanos morreram” para garantir a liberdade da China. “Espero que sejam devidamente homenageados e lembrados por sua bravura e sacrifício”, escreveu.
O republicano também fez troça da presença conjunta de Xi, Putin e Kim. “Desejo que o presidente Xi e o maravilhoso povo da China tenham um grande e duradouro dia de celebração. Por favor, deem minhas mais calorosas saudações a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, publicou.
Desfile exibe poder militar chinês
A parada militar ocorreu nesta quarta-feira (3) na Praça da Paz Celestial, diante de mais de 50 mil espectadores e representantes de 26 países. Segundo a CNN, o evento durou cerca de 70 minutos e foi liderado por Xi Jinping, que assistiu ao desfile ao lado de Putin e Kim – configuração inédita que analistas consideram um recado direto à Casa Branca.
Entre os equipamentos expostos estavam mísseis hipersônicos, veículos aéreos, terrestres e submarinos não tripulados, além de lasers de defesa. O novo míssil balístico intercontinental DF-61, ainda não apresentado publicamente, foi um dos destaques.
Em discurso, Xi declarou que “a nação chinesa é a grande nação que nunca é intimidada por nenhum agressor”. Especialistas ouvidos pela CNN avaliaram que a exibição buscou mostrar não apenas avanços tecnológicos, mas também a capacidade industrial de produzir armamentos em escala, fator que poderia representar ameaça de longo prazo aos Estados Unidos.
Imagem: Sergey Bolev
Presenças internacionais
Além de Putin e Kim, estiveram presentes líderes de Irã, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Camboja, Cuba, Indonésia, Malásia, Paquistão, Sérvia, Eslováquia e Vietnã, além de delegações de Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
O Brasil foi representado pela ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics, e pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
Para analistas, o desfile também serviu como vitrine do plano de Xi de projetar o Exército de Libertação Popular como força militar de classe mundial, capaz de rivalizar ou superar os Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo
