Washington (EUA) – O subsecretário de Estado norte-americano para a Diplomacia Pública, Darren Beattie, afirmou na noite de segunda-feira (8) que o governo Donald Trump “continuará a tomar as medidas cabíveis” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A declaração foi publicada no X (antigo Twitter) um dia após o 203º aniversário da Independência do Brasil. “Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça”, escreveu Beattie. “Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, completou.
Sanções já aplicadas
No fim de julho, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos incluiu Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, que permite punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos e corrupção. As restrições determinam:
- bloqueio de todos os bens do ministro em território norte-americano ou sob controle de cidadãos dos EUA;
- proibição de transações financeiras e comerciais com pessoas nos EUA ou em trânsito pelo país, salvo exceções autorizadas pela Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac);
- bloqueio de ativos de empresas nas quais Moraes detenha participação igual ou superior a 50%.
Ao anunciar as sanções, Washington acusou o magistrado de “abuso de autoridade” por supostamente silenciar opositores políticos, emitir ordens sigilosas a plataformas digitais e autorizar prisões preventivas consideradas injustas.
Vistos revogados
Antes das penalidades econômicas, o Departamento de Estado havia revogado os vistos de Moraes, de aliados no STF e de familiares, impedindo a entrada desse grupo nos Estados Unidos.

Imagem: André Borges
Processo contra Bolsonaro
Moraes é relator no STF da ação que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. A Casa Branca de Trump classifica o processo como “caça às bruxas”, e o veredicto está previsto para sexta-feira (12).
A mensagem de Beattie reforça a disposição de Washington em ampliar a pressão diplomática contra o magistrado brasileiro.
Com informações de Gazeta do Povo