Milhares de venezuelanos favoráveis ao governo de Nicolás Maduro participaram, no sábado (22), de um mutirão de alistamento na Milícia Nacional Bolivariana (MNB) em Caracas. A mobilização, convocada pelo presidente, ocorre depois que os Estados Unidos deslocaram navios de guerra para o mar do Caribe, próximos à costa do país, com a justificativa de combater o narcotráfico.
Na Praça Bolívar, localizada a poucas quadras do Palácio de Miraflores, longas filas se formaram para o cadastro de novos voluntários. Entre os presentes estava Jorge Navas, integrante do coletivo “Resistência e Rebelião”. Ele classificou o momento como uma “guerra cognitiva” e afirmou ser “dever de todo patriota” estar pronto para defender a nação.
Aidee Romero, já cadastrada na MNB, compareceu para “reafirmar” o compromisso com o grupo. Segundo ela, a defesa do território deve unir todos os venezuelanos, independente de posições políticas, e espera que essa proteção não precise recorrer à violência.
Criada em 2009 pelo então presidente Hugo Chávez, a Milícia Bolivariana foi incorporada à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) em 2020. Imagens da emissora estatal VTV mostraram ações de recrutamento simultâneas em outras regiões, como Lara, Bolívar, Táchira, Trujillo, Sucre e La Guaira.
Na segunda-feira anterior, Maduro ordenou que os 4,5 milhões de integrantes registrados da MNB fossem colocados em prontidão. A decisão veio após Washington elevar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano. Um dia depois, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que os Estados Unidos estão dispostos a “usar todo o seu poder” para conter o narcotráfico rumo ao território norte-americano.

Imagem: Bruno Sznajderman
O governo chavista classifica as ações dos Estados Unidos como uma ameaça à soberania nacional e tem reforçado o chamado para que a população se junte à Milícia como parte do que denomina “defesa integral da pátria”.
Com informações de Gazeta do Povo