A Rússia determinou que todos os celulares e tablets vendidos no país a partir de 1º de setembro venham com o Max, serviço de mensagens desenvolvido por uma empresa estatal e apresentado como alternativa ao WhatsApp.
A decisão, anunciada pelo Kremlin nesta quinta-feira (21), integra uma estratégia de ampliar o controle governamental sobre o uso da internet. Segundo o governo, o Max será conectado a serviços públicos e fará parte da lista de aplicativos que devem estar pré-instalados em todos os dispositivos eletrônicos comercializados no território russo.
Conforme informações publicadas pelo jornal britânico The Guardian, o anúncio acontece em meio a restrições crescentes impostas por Moscou a plataformas ocidentais de comunicação, acusadas de não colaborar com investigações sobre fraudes e terrorismo.
Organizações de direitos digitais e opositores alertam que o novo aplicativo pode servir para monitorar usuários e intensificar a vigilância estatal na internet do país.
Popularidade dos mensageiros na Rússia
Dados da consultoria Mediascope indicam que, em julho, o WhatsApp liderava o mercado russo de mensagens, com 97,3 milhões de usuários. Na sequência apareciam o Telegram (90,8 milhões), o Max em fase de testes (18 milhões) e o VK Messenger (17,9 milhões).
Imagem: Yuri Kochetkov
Outras exigências
Além do Max, o governo determinou que a RuStore – loja nacional de aplicativos já presente em aparelhos Android – seja incluída em todos os dispositivos da Apple a partir de setembro. Outra medida define que, a partir de janeiro de 2026, todas as smart TVs vendidas no país tragam instalado o Lime HD TV, aplicativo que oferece canais estatais gratuitamente.
A obrigatoriedade de softwares nacionais vem sendo adotada pelo governo russo desde 2020, quando entrou em vigor a regra que obriga fabricantes a instalar aplicativos locais em smartphones, computadores e televisores.
Com informações de Gazeta do Povo
