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Rússia dobra número de bombardeios contra a Ucrânia após posse de Trump, indica levantamento

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Kyiv — Um ataque aéreo russo contra a aldeia de Yarova, na região de Donetsk, deixou ao menos 24 civis mortos e 19 feridos nesta terça-feira (9). Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investida foi “brutalmente selvagem” e dirigida deliberadamente contra a população.

O episódio reforça a escalada de ofensivas registrada desde 20 de janeiro, data em que Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos. Durante a campanha de 2024, o republicano prometeu encerrar o conflito em 24 horas caso voltasse à Casa Branca. No entanto, um panorama elaborado pela BBC mostra que, entre 20 de janeiro e 19 de julho, a Rússia lançou 27.158 munições sobre a Ucrânia — mais que o dobro das 11.614 registradas nos seis meses finais do mandato de Joe Biden.

Sequência de grandes ataques

Desde que o relatório veio a público, no início de agosto, Moscou realizou novas operações de grande porte. No fim do mês passado, um ataque com drones e mísseis contra Kiev matou ao menos 21 pessoas, feriu 48 e atingiu escritórios da União Europeia.

No domingo (7), foi registrado o maior bombardeio desde o início da guerra: 810 drones e 13 mísseis foram disparados em várias regiões do país, causando quatro mortes e danificando um prédio governamental na capital. A Força Aérea ucraniana afirmou ter interceptado 747 drones e quatro mísseis.

Pressão sobre a Casa Branca

O aumento da violência tem colocado Trump sob questionamentos. Em 15 de agosto, o presidente norte-americano se reuniu no Alasca com Vladimir Putin por duas horas e meia; ambos classificaram o encontro como “produtivo”, mas não anunciaram cessar-fogo. Três dias depois, em reunião na Casa Branca com Zelensky, líderes europeus e representantes da Otan, Trump disse que promoveria um encontro direto entre os presidentes de Rússia e Ucrânia, ainda sem data definida.

Até agora, as medidas anunciadas por Washington se concentram em sanções comerciais. Na semana passada, Trump mencionou a sobretaxa de 50% sobre importações indianas em resposta às compras de petróleo russo. Questionado no domingo sobre a “segunda fase” das punições, o republicano limitou-se a afirmar: “Sim, estou pronto”, sem fornecer detalhes.

Enquanto isso, o Kremlin segue desdenhando o efeito das restrições econômicas. Na segunda-feira (8), o porta-voz Dmitri Peskov declarou que as sanções impostas desde 2022 “se mostraram absolutamente inúteis” para pressionar Moscou.

Com a ofensiva em Yarova, o conflito entra em novo patamar de tensão, enquanto a comunidade internacional aguarda sinais concretos de negociação entre as partes.

Com informações de Gazeta do Povo

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