O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, classificou como “traição” e “terrorismo” parte dos protestos que tomaram o país no fim de semana após o anúncio de um reajuste salarial para os deputados.
A revolta começou quando foi divulgado que os 580 membros da Câmara dos Deputados receberão um aumento de 33%, elevando o salário médio mensal para 230 milhões de rúpias (cerca de US$ 14 mil). De acordo com dados locais, esse valor equivale a aproximadamente três vezes o rendimento médio de um trabalhador indonésio.
Escalada da violência
A onda de manifestações resultou em ataques a prédios governamentais, veículos incendiados e invasões a delegacias. A tensão ganhou novas proporções após a morte de um motorista do aplicativo GoJek, atropelado por uma viatura policial durante um ato em Jacarta.
Na noite de sexta-feira (29), três pessoas morreram quando manifestantes incendiaram um edifício governamental em Makassar, na região central do arquipélago. Parlamentos regionais também foram alvo de depredação em três províncias.
Residências invadidas
No domingo (31), uma multidão saqueou a casa da ministra das Finanças, Sri Mulyani. Um dia antes, manifestantes já haviam invadido duas residências de deputados.

Imagem: Made Nagi
Resposta do governo
Para conter a crise, Subianto revogou diversos privilégios parlamentares, entre eles o pagamento de diárias para viagens internacionais. O presidente também ordenou que a Polícia Nacional e as Forças Armadas adotem “as medidas mais enérgicas possíveis” contra depredações e saques.
Viagem cancelada
Subianto cancelou a ida à China, onde participaria em 3 de setembro de um desfile pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, e pediu que a população “confie no governo e mantenha a calma”.
Com informações de Gazeta do Povo