O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou na segunda-feira (1º) que o país “está pronto para pegar em armas” caso os Estados Unidos conduzam uma intervenção militar, reação direta ao envio de navios de guerra norte-americanos para o sul do Mar do Caribe.
Washington sustenta que a operação procura impedir o tráfico de drogas rumo ao território norte-americano, mas o movimento intensificou especulações sobre uma possível ação militar dos EUA contra Caracas.
Diferença de posições no ranking global
Levantamento da plataforma Global Firepower coloca a Venezuela como a 50ª força militar do mundo em 2025, enquanto os Estados Unidos permanecem na 1ª posição.
Efeitos na linha de frente
A Venezuela dispõe de 109 mil militares ativos e 8 mil reservistas; os EUA contam com 1,3 milhão em atividade e 799,5 mil na reserva. Mesmo ao incluir 220 mil integrantes de forças paramilitares – estrutura ausente nos EUA – o contingente venezuelano continua muito inferior.
Orçamento de defesa
O gasto militar norte-americano alcançou US$ 895 bilhões em 2025, o maior do planeta. Já a Venezuela figura na 57ª posição, com US$ 4 bilhões.
Equipamentos principais
Segundo o mesmo levantamento, os EUA possuem 13.043 aeronaves, 4.640 tanques e 440 navios militares. A Venezuela opera 229 aeronaves, 172 tanques e 34 embarcações.
Arsenal defasado e dependência externa
Grande parte do equipamento venezuelano é de origem russa ou soviética, com aquisições pontuais da China e do Irã, além de lotes menores de França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e EUA, indicou o World Factbook da CIA. Desde 2006, Washington proíbe vendas ou transferências de tecnologia militar a Caracas.

Imagem: Miguel Gutierrez
A parceria com Moscou diminuiu após queda de 64% nas exportações russas de armamentos entre 2020 e 2024 em comparação aos cinco anos anteriores, conforme o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri).
Aproximação com o Irã
Com menos oferta russa, a Venezuela tornou-se o segundo maior comprador de armas iranianas no período 2020-24, respondendo por 11% das exportações militares de Teerã – mercado que cresceu 749% frente a 2015-19. A cooperação inclui drones: no desfile de julho de 2022, Caracas apresentou os modelos Ansu-100 e Ansu-200, versões melhoradas de veículos aéreos não tripulados iranianos.
Planos de mísseis
Em 5 de julho de 2025, Dia da Independência venezuelana, Maduro ordenou acelerar o desenvolvimento de sistemas de mísseis e antimísseis, justificando a medida como defesa da “existência, paz e soberania” do país.
Apesar dessas iniciativas, a disparidade em relação aos Estados Unidos permanece ampla. Se o governo Trump decidir por uma intervenção, advertiu um deputado norte-americano na terça-feira (2), o líder venezuelano “pode estar com os dias contados”.
Com informações de Gazeta do Povo