Washington (24.ago.2025) – Desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro, o Departamento de Defesa norte-americano tem passado por uma reorientação que reúne fé, nacionalismo e princípios conservadores. À frente desse processo está o secretário de Defesa Pete Hegseth, ex-oficial do Exército e ex-comentarista da Fox News, que assumiu o cargo no início do ano.
Primeiras medidas
Em 27 de janeiro, o presidente assinou três ordens executivas que alteraram o funcionamento do Pentágono:
- extinção de estruturas ligadas a diversidade, equidade e inclusão (DEI) no Departamento de Defesa e no Departamento de Segurança Interna;
- proibição de promoções baseadas em raça ou sexo nas Forças Armadas e revisão dos currículos das academias militares para retirar conteúdos de gênero;
- reintegração de mais de 8 mil militares dispensados na administração anterior por se recusarem a tomar a vacina contra a Covid-19, com restituição de patentes, benefícios e soldos.
Outro decreto determinou à pasta de Hegseth novas regras sobre a presença de pessoas transgênero no serviço ativo, estabelecendo que os padrões de exigência militar prevaleçam sobre identidades de gênero.
Serviço religioso inédito
Em maio, o Pentágono sediou seu primeiro culto cristão oficial conduzido por um secretário de Defesa. O evento, transmitido internamente, reuniu militares e funcionários civis de forma voluntária. Na cerimônia, Hegseth declarou que “o país precisa de renovação espiritual” e anunciou encontros mensais. O pastor Brooks Potteiger, líder espiritual do secretário, orou pelo presidente Trump, agradecendo pela “estabilidade e clareza moral” que, segundo ele, o mandatário traz ao país.
Orçamento recorde e resgate de tradições
Em 14 de junho, durante a celebração dos 250 anos do Exército em Fort Bragg, Carolina do Norte, Trump e Hegseth anunciaram orçamento militar de US$ 1 trilhão e o retorno de nomes históricos a bases que haviam sido rebatizadas na gestão Biden. “Não estamos interessados em lixo woke”, afirmou o secretário, recebendo aplausos das tropas.
Dias antes, na formatura da Academia Militar de West Point, em Nova York, o presidente criticou iniciativas de diversidade implementadas pelo governo anterior. “Liberei nossas tropas de treinamentos políticos divisivos”, disse, reforçando que a missão central das Forças Armadas é vencer.

Imagem: KENNY HOLST
Perfil do secretário
Pai de sete filhos e membro da congregação evangélica Pilgrim Hill Reformed Fellowship, ligada à Communion of Reformed Evangelical Churches (CREC), Hegseth defende que disciplina e coragem militares dependem de “fé, família e amor à pátria”. Seu livro Battle for the American Mind sustenta que a batalha cultural começa na sala de aula e exige educação cristã e patriótica.
Com essa agenda, o Pentágono busca, segundo o secretário, “devolver coesão e espírito de corpo” às Forças Armadas, concentrando treinamento em “letalidade, prontidão e combate”.
Com informações de Gazeta do Povo